Imagem da Fragata antes do seu
incêndio em 1963:
Imagem retirada de http://www.cidadevirtual.pt/fragata/
Foi o último navio exclusivamente à vela da Marinha Portuguesa e a
última «Nau» da «Carreira da Índia», verdadeira linha militar que durante mais
de 3 séculos fez a ligação entre Portugal e aquela antiga colónia. Foi também o
último grande navio a ser construído no estaleiro real de Damão (Estado da
Índia) onde foi lançado à água em 1843, sendo depois rebocado para Goa a fim de
ser armado e aparelhado.
Foi baptizado com o nome de D. Fernando II e Glória em homenagem a D.
Fernando Saxe Coburgo-Gotha, marido da Rainha D. Maria II de Portugal e à
própria Rainha cujo nome era Maria da Glória.
Entre 1865 e 1938, fundeado no Tejo, funcionou como Escola de Artilharia
Naval.
Em 1947 o navio passou a ser a sede de uma obra social que viria a
acolher muitos adolescentes e jovens rapazes, maioritariamente órfãos e
provenientes de classes desfavorecidas e que nele recebiam formação escolar e
aprendizagem técnica naval para mais tarde poderem trabalhar na Marinha de Guerra,
de pesca ou mercante.
Em 1963, ainda
nessas funções, a «D. Fernando II e Glória» sofreu um grande incêndio que a
destruiu em grande parte, tendo ficado meio submersa no rio Tejo até 1992,
altura em que foi decidido promover a recuperação e restauro do navio, projecto
considerado pelo governo de interesse cultural e que enquadrado na Lei do
Mecenato foi alvo imediato do interesse de muitas empresas e instituições.
Imagem retirada de www.cidadevirtual.pt/fragata/
A reconstrução
do casco teve lugar no estaleiro Ria Marine em Aveiro. Em 1997 voltou a Lisboa
a fim de completar os trabalhos de restauro no Arsenal do Alfeite e ser
equipado para servir como navio museu. Em Abril de 1998 foi entregue à Marinha
como Unidade Auxiliar e aberto ao público na EXPO 98.
Imagem retirada de www.revistademarinha.com
Características:
·
Comprimento máximo: 83,4 m
·
Boca no convés: 12,8 m
·
Pontal de construção: 7,07 m
·
Imersão máxima: 6,40 m
·
Superfície do velame: 2052,21 m2
·
Tonelagem: 1849,16 toneladas
·
Fundo forrado a cobre.
A sua lotação
variava consoante a missão a desempenhar, indo de 145 homens na viagem
inaugural ao máximo de 379 numa viagem de representação
Possui 4
pavimentos:
·
O convés: onde se processava toda a manobra e
condução do navio
· A bateria: onde está instalada a artilharia de
maior calibre e os alojamentos do Comandante
·
A coberta: onde se situa a messe de oficiais e o
espaço destinado a refeitório e dormitório dos passageiros e guarnição
·
O porão: destinado ao alojamento da carga,
combustível, aguada, pólvora e géneros.
Texto ligeiramente adaptado de: http://ccm.marinha.pt/pt/dfernando/
Não deixar de ver: o vídeo apresentado na «coberta».
Possível interesse curricular: História de Portugal, séculos XIX e XX.
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