sábado, 31 de outubro de 2020

[0258] 31 de Outubro: Dia Mundial das Cidades

Hoje é o Dia Mundial das Cidades.

A fotografia que as Nações Unidas associaram a esta comemoração (ver: https://unric.org/pt/dia-mundial-das-cidades/) talvez nem seja a que melhor traduz a realidade das actuais cidades, nem talvez a que muitos desejam que elas venham a ser:

Quais são os argumentos apresentados naquele sítio para que tenhamos em atenção a actualidade e o futuro das nossas cidades?

 

Hoje, mais da metade da população mundial vive em áreas urbanas. Em 2050, serão dois terços. Muito daquilo que será necessário para acolher e servir esse mundo cada vez mais urbano ainda terá de ser construído, até mesmo cidades inteiras terão de ser erigidas.

 

Esta é uma grande oportunidade para desenvolver e implementar soluções que possam combater as alterações climáticas e abrir caminho para um futuro sustentável.

 

As cidades consomem mais de dois terços da energia mundial e são responsáveis por mais de 70% das emissões mundiais de dióxido de carbono. As decisões que tomarmos em relação às infraestruturas urbanas nas próximas décadas – planeamento urbano, eficiência energética, produção de energia e transporte – terão uma influência decisiva na curva de emissões.

 

De facto, as cidades são o sítio onde a batalha climática será largamente ganha ou perdida.

 

Para além da sua grande pegada climática, as cidades registam mais de 80% do produto interno bruto mundial e, como centros de educação e de empreendedorismo, são polos de inovação e criatividade, onde muitas vezes são os jovens quem assume a liderança.

Do transporte público elétrico à energia renovável, passando pela melhor gestão de resíduos, muitos dos recursos necessários para a transição para um futuro sustentável e de baixas emissões já estão disponíveis. Cidades de todo o planeta já os estão a tornar realidade. É gratificante ver isso a acontecer, mas precisamos que essa visão se torne a nova regra. Agora é tempo de uma ação ambiciosa.

O Dia Mundial das Cidades chega no fim do «outubro urbano», um mês dedicado à consciencialização sobre os desafios, sucessos e sustentabilidade dos meios urbanos.

 

Ao concluirmos este período, comprometemo-nos a abraçar a inovação para garantir uma vida melhor para as gerações futuras e a traçar um caminho para um desenvolvimento urbano sustentável e inclusivo que nos beneficie a todos


As cidades, talvez para a maioria, em todo o mundo, são o local onde se procura e se encontra, ou não, a solidariedade. Que é uma condição para a nossa vida e também para entendermos o papel que temos em relação ao planeta que habitamos.

 

Ver as mensagens «0014» e «0240» sobre as Cidades Educadoras; a mensagem «0255» sobre as Cidades da Aprendizagem, a mensagem «0093» sobre a comemoração do Dia Mundial das Cidades em 2017 e a mensagem «0202» sobre a Cidade e o Futuro, no Cinema.

domingo, 25 de outubro de 2020

[0257] Beleza e sombra (II): as Coníferas

Serão as árvores que nos fazem companhia, ou seremos nós que, por uns tempos, vamos fazendo companhia às árvores?


Tal como as Cicas e os Ginkgos (a que a mensagem «0250» se referiu), o aparecimento do grupo das Coníferas precedeu o das plantas caracterizadas por flores e frutos. As primeiras Coníferas surgiram há aproximadamente 300 milhões de anos, sendo identificáveis pelo suporte que desenvolveram para guardar as suas sementes, antes de estas se dispersarem, tendo frequentemente a forma de um cone (daí o nome deste grupo), como é o caso das pinhas, podendo no entanto ser arredondado, como as gálbulas dos Ciprestes.

Este grupo chegou a ser o dominante, estatuto que foi perdendo à medida que as plantas com flores e frutos se diversificaram. Actualmente, as principais famílias das Coníferas são a dos Pinheiros, a das Araucárias e a das Cupressáceas, com um total de pouco mais de meio milhar de espécies. As folhas das árvores (e dos arbustos) deste grupo ou são muito estreitas (em forma de agulha), ou parecidas com escamas.


A família dos Pinheiros é composta por árvores resinosas, com alguns raros arbustos, no total de 210 espécies. É a maior família das Coníferas e está restringida ao hemisfério Norte, onde domina grande parte das florestas boreais e de montanha. Tem grande importância ornamental (Cedro), alimentar (Pinheiro-manso), farmacêutico e químico (Pinheiro-bravo) e madeireiro (Cedro-do-atlas). A maioria das espécies tem folhas persistentes, sendo o Larício (Larix decídua) uma excepção. Em Portugal continental há duas espécies indígenas do género Pinus, o Pinheiro-bravo (Pinus pinaster) e o Pinheiro-manso (Pinus pinea).


A família das Cupressáceas é constituída por árvores e arbustos resinosos, num total de 133 espécies. As suas sementes são guardadas em gálbulas. As folhas de umas espécies são persistentes e as de outras são caducas, tendo umas a forma de pequenas escamas, sendo outras estreitas, alongadas e verticiladas. Muitas das espécies desta família têm interesse ornamental (caso dos Zimbros e das Sabinas, do género Juniperus, e dos Ciprestes, do género Cupressus) e algumas têm-no para a produção de lenho (como os Ciprestes e a Criptoméria). As Sequoias, também membros desta família, proporcionam-nos as árvores de maior alta e diâmetro.


A família das Araucárias é constituída por 33 espécies, agrupadas em apenas 3 géneros. São árvores de grande dimensão e encontram-se nativamente restringidas ao Hemisfério Sul. Os seus ramos dispõem-se em andares e as suas folhas são persistentes, ou tendo a forma de agulha ou sendo espalmadas. Produzem grandes pinhas e possuem interesse maioritariamente ornamental.


O melhor local para apreciar e observar espécimes de todas estas famílias é, na Nossa Banda, o Parque da Paz (Cova da Piedade). A Casa da Cerca (Almada) também possui alguns bons exemplares.

Para a identificação de espécies está disponível uma ferramenta digital descrita na mensagem «0239».


Fonte: livro de Bingre e outros (2007; pp. 30-41)

domingo, 18 de outubro de 2020

[0256] Educação Patrimonial (IV)

Os processos de patrimonialização têm dado origem a importantes iniciativas de educação / formação, sendo a inspirada pelo Campo Arqueológico de Mértola uma das mais antigas. Recentemente, no âmbito das candidaturas da Olaria Negra de Bisalhães (Vila Real) e do Figurado em Barro de Estremoz a Património Cultural Imaterial da Humanidade (respectivamente reconhecidas pela UNESCO em 2016 e em 2017), surgiram outras iniciativas semelhantes, visando dar continuidade aos ofícios locais que estavam em risco de se perder.


Respigadas entre outras iniciativas deste género, mas não dependentes do reconhecimento por uma entidade supervisora, estão as seguintes:

As Artes e Ofícios do Espectáculo, desde 1991 associadas à Escola de Circo do Chapitô (Lisboa):


A Arte do Junco, no Mosteiro de Santa Maria de Cós (Alcobaça);

A Tecelagem, a Cestaria e a Gaita de Fole, na Escola de Artes e Ofícios resultante da parceira entre os municípios de Arcos de Valdevez e Ponte da Barca e a Escola Profissional do Alto Lima;

A Cordoaria, a Tanoaria, a Olaria e a Azulejaria, desde 2013 na Escola de Artes e Ofícios de Ovar.


Na Nossa Banda, onde ainda se sentem os antigos cruzamentos do mundo rural com os ofícios do rio e do mar, temperados pelas tradições mais recentes das indústrias e das artes como as da música e as do teatro, não se justificaria a criação de uma Escola de Artes e Ofícios, capaz de contribuir para o estabelecimento de pontes entre as muitas e meritórias iniciativas e de ajudar a inventar um futuro para essas actividades?

 

Imagem: sítio do Chapitô 

sábado, 10 de outubro de 2020

[0255] A Rede Global de Cidades da Aprendizagem

Além da Rede das Cidades Educadoras (ver mensagens «0014» e «0240»), uma outra e mais recente rede de cidades que se ligaram em nome da educação é a Rede Global de Cidades da Aprendizagem. Ela foi criada em 2013, sob a égide da UNESCO, e reuniu os seus princípios na Declaração de Pequim, através dos quais as suas cidades se comprometem a:

·      Promover uma aprendizagem inclusiva, desde a educação básica ao ensino superior;

·      Revitalizar a aprendizagem nas famílias e no local de trabalho;

·      Melhorar a qualidade e a excelência na aprendizagem;

·      Fomentar uma cultura de aprendizagem ao longo da vida.



Diferentemente da Rede das Cidades Educadoras, em que a coordenação nacional é feita entre pares, a Rede das Cidades de Aprendizagem é coordenada pelo Instituto da UNESCO para a Aprendizagem ao Longo da Vida, que também supervisiona os compromissos assumidos pelas cidade que coordena: uma vez admitidas, “as cidades devem participar das atividades da rede e redigir um relatório bienal descrevendo suas realizações como cidades de aprendizagem.”

 

Actualmente, são as seguintes as cidades portuguesas que integram esta rede:

·      Desde 2017: Anadia (informações aqui), Câmara de Lobos (informações aqui), Cascais, Gondomar (informações aqui), Lagoa, Açores (informações aqui), Mação (informações aqui), Pampilhosa da Serra (informações aqui) e Praia da Vitória (informações aqui)

·      Desde 2019: Alcobaça, Cantanhede e Setúbal;

·      Desde 2020: Batalha, Loures e Ourém.


Visualizar folhetos sobre as Cidades de Aprendizagem da UNESCO AQUI e sobre a sua Rede AQUI.


Fontes: sítio da Comissão Nacional da UNESCO

sábado, 3 de outubro de 2020

[0254] A Universidade Sénior do Seixal

 O Dia Mundial do Professor é celebrado em 5 de Outubro.


O movimento das universidades seniores foi iniciado em 1972, com a abertura da Universidade de Toulouse. Em Portugal a primeira universidade sénior surgiu em 1976, estando hoje activas mais de duas centenas.


A Universidade Sénior do Seixal, ou Unisseixal, abriu no dia 15 de Janeiro de 2007. Aceitando inscritos a partir dos dezoito anos de idade dá, no entanto, pela sua natureza, prioridade aos que tenham mais de cinquenta anos. No seu primeiro ano lectivo teve 239 alunos matriculados, número que tem vindo a aumentar, regularmente, estando prestes a ultrapassar o milhar.

Os alunos são organizados em turmas unidisciplinares (já ultrapassaram, em muito, a centena), correspondentes a um pouco mais de cem disciplinas diferentes, leccionadas por quase cem professores, uns ainda na vida ativa, a grande maioria já na reforma, todos voluntários. Entre as disciplinas destacam-se as musicais, as línguas, as artes, a saúde e a informática.

As aulas decorrem em dois polos principais, o do Seixal (para as aulas teóricas) e o do Centro Cultural e Desportivo das Paivas (para as aulas de movimento e de som). As restantes decorrem no auditório da Junta de Freguesia de Amora, no auditório da Junta de Freguesia de Corroios e na Escola Básica 2+3 de Vale de Milhaços.


A Unisseixal faz parte da Casa do Educador do Concelho do Seixal, uma instituição de solidariedade social constituída por pessoas ligadas à educação que, deste e de outros modos, tem dado provas de preocupação com o bem-estar dos seus associados e da população do concelho em geral, promovendo, para além das aulas, atividades de cunho recreativo e cultural.

Presidindo a esta Universidade encontra-se um Conselho Diretivo, apoiado por um Conselho Pedagógico e por um Senado.


A Unisseixal é o sócio número setenta e dois da RUTIS, a Rede de Universidades Sénior. Os seus polos principais estão situados em edifícios pertencentes à Câmara Municipal do Seixal, que os pôs à disposição da Casa do Educador.


As futuras instalações da Unisseixal ficarão situadas no antigo Grémio da Lavoura, no Fogueteiro, sendo as obras custeadas pelo município:



Fonte: sítio da Unisseixal

Imagem: Seixal Boletim Municipal, nº 753 (Junho de 2020)