sábado, 25 de fevereiro de 2017

[0040] Menos poder para os directores, defendem 92% dos professores

A Federação Nacional de Professores (Fenprof) promoveu um inquérito a que quase 25 mil professores de escolas públicas responderam (cerca de 16% do total).


Segundo o jornalista Samuel Silva, que noticiou a apresentação dos resultados, 92% dos professores inquiridos responderam que a gestão das escolas deve ser colegial: “A maioria dos inquiridos discorda do actual modelo de gestão dos estabelecimentos de ensino, que estabelece que os poderes se concentram na figura de um director, que tem depois o papel de escolher o sub-director e os seus adjuntos. Apenas 7% concordam com a manutenção deste modelo.”
Sensivelmente a mesma percentagem das respostas apontou para que “o órgão de gestão da escola deve ser eleito por todos os professores, funcionários e representantes dos encarregados de educação e alunos,” sendo a “eleição entre os pares” o “modelo favorito”, “seja para a coordenação de departamento (94%) como para a coordenação de turma (87%). Além disso, 79% apontam que qualquer docente deve poder candidatar-se ao órgão de gestão, cabendo aos eleitores avaliar a sua competência.”

“Na avaliação ao actual regime de gestão das escolas, 71 % dos professores inquiridos consideram que o sistema aumentou as situações de abuso do poder, o clima de insegurança e de medo e o alheamento em relação aos assuntos da vida escolar, ao passo que 18 % acreditam que melhorou as relações de trabalho e as condições de participação nos processos de discussão e decisão.
A única matéria em que as opiniões dos professores ouvidos pela Fenprof estão divididas prende-se com a liderança do Conselho Pedagógico. Enquanto 52 % entendem que aquele órgão deve poder ser presidido por qualquer um dos seus membros, 47 % defendem que apenas o director ou o presidente do conselho de gestão deverão poder assumir aquele papel.
Os resultados deste inquérito estão a ser discutidos em cada escola desde a semana passada, num conjunto de reuniões que se prolongam até ao final do mês. A Fenprof vai também promover, no dia 14 de Março, um debate nacional sobre o tema, que contará com a presença das duas confederações de pais, o sindicato que representa os trabalhadores não docentes e o movimento estudantil.”

Fonte: Silva (2017)

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