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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

[0035] Uma visita à Fragata «D. Fernando II e Glória», em Cacilhas

Imagem da Fragata antes do seu incêndio em 1963:


Foi o último navio exclusivamente à vela da Marinha Portuguesa e a última «Nau» da «Carreira da Índia», verdadeira linha militar que durante mais de 3 séculos fez a ligação entre Portugal e aquela antiga colónia. Foi também o último grande navio a ser construído no estaleiro real de Damão (Estado da Índia) onde foi lançado à água em 1843, sendo depois rebocado para Goa a fim de ser armado e aparelhado.
Foi baptizado com o nome de D. Fernando II e Glória em homenagem a D. Fernando Saxe Coburgo-Gotha, marido da Rainha D. Maria II de Portugal e à própria Rainha cujo nome era Maria da Glória.
Entre 1865 e 1938, fundeado no Tejo, funcionou como Escola de Artilharia Naval.
Em 1947 o navio passou a ser a sede de uma obra social que viria a acolher muitos adolescentes e jovens rapazes, maioritariamente órfãos e provenientes de classes desfavorecidas e que nele recebiam formação escolar e aprendizagem técnica naval para mais tarde poderem trabalhar na Marinha de Guerra, de pesca ou mercante.
Em 1963, ainda nessas funções, a «D. Fernando II e Glória» sofreu um grande incêndio que a destruiu em grande parte, tendo ficado meio submersa no rio Tejo até 1992, altura em que foi decidido promover a recuperação e restauro do navio, projecto considerado pelo governo de interesse cultural e que enquadrado na Lei do Mecenato foi alvo imediato do interesse de muitas empresas e instituições.

Imagem retirada de www.cidadevirtual.pt/fragata/

A reconstrução do casco teve lugar no estaleiro Ria Marine em Aveiro. Em 1997 voltou a Lisboa a fim de completar os trabalhos de restauro no Arsenal do Alfeite e ser equipado para servir como navio museu. Em Abril de 1998 foi entregue à Marinha como Unidade Auxiliar e aberto ao público na EXPO 98.

Imagem retirada de www.revistademarinha.com

Características:
·      Comprimento máximo: 83,4 m
·      Boca no convés: 12,8 m
·      Pontal de construção: 7,07 m
·      Imersão máxima: 6,40 m
·      Superfície do velame: 2052,21 m2
·      Tonelagem: 1849,16 toneladas
·      Fundo forrado a cobre.

A sua lotação variava consoante a missão a desempenhar, indo de 145 homens na viagem inaugural ao máximo de 379 numa viagem de representação
Possui 4 pavimentos:
·      O convés: onde se processava toda a manobra e condução do navio
·  A bateria: onde está instalada a artilharia de maior calibre e os alojamentos do Comandante
·      A coberta: onde se situa a messe de oficiais e o espaço destinado a refeitório e dormitório dos passageiros e guarnição
·      O porão: destinado ao alojamento da carga, combustível, aguada, pólvora e géneros.

Texto ligeiramente adaptado de: http://ccm.marinha.pt/pt/dfernando/

Não deixar de ver: o vídeo apresentado na «coberta».
Possível interesse curricular: História de Portugal, séculos XIX e XX.


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