O jornal «Público» divulgou ontem, 3 de Fevereiro de 2018, o
seu ranking anual das escolas
portuguesas, tal como já vem fazendo desde 2001.
Este e outros rankings
têm vindo a ser bastante criticados, sendo a razão central das críticas o
afunilamento de perspectivas que eles, implicitamente, promovem: pressupõem um
modelo particular de educação e as escolas são seriadas em função da sua
capacidade de promover esse modelo.
Este ranking
oferece-nos, no entanto, algumas oportunidades para pensar no que poderia ser
diferente se as escolas deixarem de ser pressionadas para a uniformidade. E uma
das oportunidades que nos proporciona decorre da informação sobre a média da
escolaridade dos pais e das mães dos alunos de cada escola. Abaixo figuram as 28 escolas públicas dos concelhos de Almada e Seixal
que, segundo o ranking do «Público», tiveram
no final de 2016-17 pelo menos 50 alunos examinados no 9º ano (não estão
indicados os seus nomes, apenas a sua localização aproximada no mapa, mais a
respectiva média da escolaridade dos pais, em 2015-16):
Há neste mapa três regiões com escolas cujas médias da
escolaridade dos pais são particularmente baixas (fundo verde). Em duas dessas
regiões essas escolas estão situadas lado-a-lado com escolas cujas médias são
substancialmente mais altas (fundo rosa).
Esta realidade (e a crítica que é feita aos rankings) sugere que se encare a
seguinte questão: sendo cada aluno diferente, sendo
cada família diferente, sendo cada escola diferente, não deverá a educação, em
qualquer destas escolas, ser capaz de ter em conta essas diferenças, de modo a
potenciar o melhor e a compensar o mais fraco de cada um?
Fonte:
Público (2018) , que pode ser descarregado a partir da página
«Documentos» (na pasta «Documentos sobre Portugal»)
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