terça-feira, 18 de abril de 2017

[0051] O Parque da Paz, em Almada

Este parque resultou de uma profunda transformação de um espaço pré-existente, tendo sido essa transformação coordenada pelo arquitecto paisagista Sidónio Pardal. Escreveu este:

Com as ideias do Iluminismo, a natureza deixou de ser entendida como uma pré-ordenação exemplar e imutável do mundo. A paisagem na melhor tradição do Barroco assume-se como simples suporte da vida individual e social. O território e a consciência que se tem do mesmo passa a ser uma realidade adaptável e coube à escola paisagista inglesa (landscape gardening) assumir a prática de uma arquitectura das transformações a empreender no território à escala da paisagem, assumindo-se como «uma arte que não imita nem representa mas que modifica a natureza, adaptando-se aos sentimentos humanos e às oportunidades da vida social, ou seja, apresentando-se como domínio da vida» [citação de Giulio Carlo Argan].

Este parque, com cerca de 40 hectares, foi concebido com a intenção de desempenhar o papel de bacia de retenção (as águas pluviais vão sendo retidas em sucessivas charcas, e no lago, reduzindo a possibilidade de ocorrência de graves cheias na Cova da Piedade), onde se situa.
E claro, tem como principal propósito o usufruto público (contemplação; percursos a pé ou de bicicleta; pique-niques e jogos) e, de vez em quando, a realização privada ou pública de alguns eventos e competições.

Um mapa do parque:


Para qualquer idade, este parque é também uma excelente oportunidade para observar a natureza, com dezenas de espécies arbóreas, arbustivas e herbáceas à espera de serem identificadas e umas quase cem espécies de aves avistáveis, com maior ou menor sorte …

Uma das charcas (no fim de Maio de 2012):

Algumas das árvores para aqui transplantadas este ano (no início de Abril de 2017):


Um casal dos quase desconhecidos, entre nós, Gansos-de-Magalhães (em meados de Agosto de 2015):


Fonte: livro de Pardal (1997; pp. 1-2)
Mapa: folhetos editados pela Câmara Municipal de Almada
Fotografias: Eva Maria Blum

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