Este parque
resultou de uma profunda transformação de um espaço pré-existente, tendo sido
essa transformação coordenada pelo arquitecto
paisagista Sidónio Pardal. Escreveu este:
“Com
as ideias do Iluminismo, a natureza deixou de ser entendida como uma
pré-ordenação exemplar e imutável do mundo. A paisagem na melhor tradição do
Barroco assume-se como simples suporte da vida individual e social. O
território e a consciência que se tem do mesmo passa a ser uma realidade
adaptável e coube à escola paisagista inglesa (landscape gardening) assumir a prática de uma arquitectura das
transformações a empreender no território à escala da paisagem, assumindo-se
como «uma arte que não imita nem representa mas que modifica a natureza,
adaptando-se aos sentimentos humanos e às oportunidades da vida social, ou
seja, apresentando-se como domínio da vida» [citação de Giulio Carlo Argan].”
Este parque, com cerca de 40 hectares, foi concebido com a intenção
de desempenhar o papel de bacia de retenção (as águas pluviais vão sendo
retidas em sucessivas charcas, e no lago, reduzindo a possibilidade de ocorrência
de graves cheias na Cova da Piedade), onde se situa.
E claro, tem como principal
propósito o usufruto público (contemplação; percursos a pé ou de bicicleta;
pique-niques e jogos) e, de vez em quando, a realização privada ou pública de alguns
eventos e competições.
Um mapa do parque:
Para qualquer idade, este parque é também uma excelente oportunidade
para observar a natureza, com dezenas de espécies arbóreas, arbustivas e
herbáceas à espera de serem identificadas e umas quase cem espécies de aves
avistáveis, com maior ou menor sorte …
Uma das charcas (no fim de Maio de 2012):
Algumas das árvores para aqui transplantadas
este ano (no início de Abril de 2017):
Um casal dos quase
desconhecidos, entre nós, Gansos-de-Magalhães (em meados de Agosto de
2015):
Fonte: livro
de Pardal (1997; pp. 1-2)
Mapa: folhetos
editados pela Câmara Municipal de Almada
Fotografias:
Eva Maria Blum
Sem comentários:
Enviar um comentário