Alguns apontamentos interessantes
vindos dos intervenientes na 1ª Conferência Internacional Usos do Passado, Memória e Património Cultural
(que a mensagem «0215» anunciou):
A memória não reproduz o passado.
Ela tanto o lembra, como o esquece: para lembrar, é preciso esquecer,
silenciar.
A memória, por um lado, responde aos desafios dos sucessivos
presentes. Por outro, ela está mais virada
para o futuro do que para o passado.
A memória histórica é um esforço consciente dos
grupos humanos. Ela tanto pode legitimar as narrativas dominantes como
contribuir para desenvolver interpretações alternativas.
É simplista
distinguir a memória da história opondo-as assim, dicotomicamente:
é subjectiva e poética versus é objectiva e prosaica;
é pessoal, é de grupo versus é de todos
aceita o esquecimento versus recupera o esquecimento
vive dos factos versus
determina as causas
convive com a imaginação versus afasta a imaginação.
Onde existe
poder, existe resistência.
Os traumas ficam para a vida; e muitas vezes para a
vida de sucessivas gerações; as memórias
pós-traumáticas visam contrariar o não
falemos nisso.
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