Uma das facetas da obra de Albino Moura (1932-2019) é a dos
painéis murais em azulejo que lhe foram encomendados por municípios da Nossa
Banda. Nas mensagens «0176» e «0180» figuram dois desses painéis, colocados
respectivamente no Seixal (em 2018) e em Sesimbra (em 2016).
Tanto esses painéis como dois outros encomendados antes para Almada (e inaugurados
em 2011) têm motivação semelhante: representar elementos que podem ser
considerados integrantes do património local.
Contrariamente aos painéis mais recentes, os de Almada são de difícil
fotografia, dado a sua maior dimensão horizontal. Ambos se encontram na popularmente
chamada «Rotunda dos Bancos», tendo um deles sido, recentemente, danificado. A
melhor fotografia de um deles mostra-o com Albino Moura, muito plausivelmente pouco
após ter sido inaugurado:
Se juntarmos os elementos patrimoniais identificáveis neste mural com os identificados naqueles outros painéis, talvez se possa dizer que os grandes tópicos neles destacados por Albino Moura foram:
o património natural, que está pouco patente nos painéis de Almada (as falésias e os seixos fluviais; o mar e o peixe; as aves ,visíveis em terra e no mar);
o património laboral (a pesca, a agricultura e a moagem; as grandes ferramentas que exploraram estas riquezas, como as embarcações tradicionais, mais as suas redes, os moinhos de vento e de maré e, mais tarde, as fábricas, em particular as da cortiça; e, em Almada, os novos meios de transporte).
o património mitológico (associado, nomeadamente, à pesca);
o património edificado (as fortalezas; as igrejas, as ermidas e um santuário; um farol; os edifícios em que tradicionalmente se viveu e também aqueles com que as instituições, antigas e modernas, se afirmaram);
o património artístico (a arte urbana, em Almada).
Imagem: sítio da SIC (em 19 de Abril de 2019)
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