sábado, 13 de março de 2021

[0276] Uma visão patrimonial da Nossa Banda, por Albino Moura

Uma das facetas da obra de Albino Moura (1932-2019) é a dos painéis murais em azulejo que lhe foram encomendados por municípios da Nossa Banda. Nas mensagens «0176» e «0180» figuram dois desses painéis, colocados respectivamente no Seixal (em 2018) e em Sesimbra (em 2016).
Tanto esses painéis como dois outros encomendados antes para Almada (e inaugurados em 2011) têm motivação semelhante: representar elementos que podem ser considerados integrantes do património local.
Contrariamente aos painéis mais recentes, os de Almada são de difícil fotografia, dado a sua maior dimensão horizontal. Ambos se encontram na popularmente chamada «Rotunda dos Bancos», tendo um deles sido, recentemente, danificado. A melhor fotografia de um deles mostra-o com Albino Moura, muito plausivelmente pouco após ter sido inaugurado:


Se juntarmos os elementos patrimoniais identificáveis neste mural com os identificados naqueles outros painéis, talvez se possa dizer que os grandes tópicos neles destacados por Albino Moura foram:

o património natural, que está pouco patente nos painéis de Almada (as falésias e os seixos fluviais; o mar e o peixe; as aves ,visíveis em terra e no mar);

o património laboral (a pesca, a agricultura e a moagem; as grandes ferramentas que exploraram estas riquezas, como as embarcações tradicionais, mais as suas redes, os moinhos de vento e de maré e, mais tarde, as fábricas, em particular as da cortiça; e, em Almada, os novos meios de transporte).

o património mitológico (associado, nomeadamente, à pesca);

o património edificado (as fortalezas; as igrejas, as ermidas e um santuário; um farol; os edifícios em que tradicionalmente se viveu e também aqueles com que as instituições, antigas e modernas, se afirmaram);

o património artístico (a arte urbana, em Almada).

 

Imagem: sítio da SIC (em 19 de Abril de 2019)

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