Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), os Dias
Internacionais são ocasiões para “educar”, para “mobilizar” e para
“celebrar”.
A proposta de um destes dias novo é feita pelos Estados
membros da ONU, cabendo depois à Assembleia Geral aprová-los, cuidando que eles
reflictam as preocupações com a “paz” e a “segurança” internacionais, com o
“desenvolvimento sustentável”, os “direitos humanos”, a “lei internacional” e a
“acção humanitária”.
A ONU cuida ainda de acompanhar o modo como cada um destes
dias é publicamente adoptado todos os anos. E concluiu que entre os mais
populares se encontram o Dia Internacional dos Direitos Humanos (10 de
Dezembro), o Dia
Internacional das Mulheres (8 de Março), o Dia Mundial da Água (22 de Março) e
o Dia Internacional
da Paz (21 de Setembro).
O dia em que são celebrados simultaneamente mais Dias
Internacionais é o 21 de Março (cinco celebrações). E o mês em que o mesmo
acontece é Junho.
Além dos Dias Internacionais, e com os mesmos propósitos, existem
também Semanas
Internacionais, Anos Internacionais e Décadas Internacionais.
Ontem, 20 de Julho,
comemorou-se pela primeira vez o Dia Internacional do Xadrez nesta data.
A Federação Internacional do Xadrez (FIDE) comemorava-o,
desde 1966, no dia 19 de Novembro, dia do nascimento de um dos mais
extraordinários campeões mundiais, o cubano José Raúl Capablanca, em 1888. Mas foi
proposto passar a comemorá-lo no dia em que a própria FIDE foi fundada, 20 de
Julho de 1924, o que a ONU aprovou em Dezembro passado.
Na fundamentação apresentada para esta aprovação a ONU
recorda assim as origens deste jogo:
O Xadrez
é um jogo de estratégia para dois jogadores. Nele são movidas diferentes peças,
num tabuleiro quadrado e quadriculado, dispondo cada tipo de peça de um
conjunto de possíveis movimentos, cada jogador visa capturar a peça Rei do
opositor.
Há hoje
mais de 2 mil variantes deste jogo já recenseadas. Segundo uma teoria, esta
família de jogos foi iniciada no Norte do Subcontinente Indiano, no período
Gupta (de cerca 319 a 543 d.C.), sendo então designado por Chaturanga, tendo sido difundido, para Oeste, através da Rota da
Seda, até à Pérsia.
Quando o Chaturanga chegou à Pérsia dos
Sassânidas, por volta de 600 d.C., chamava-se Chatrang, transformando-se, mais tarde, em Shatranj. Esta data corresponde ao mais antigo manuscrito conhecido
que se refere a este jogo. É de origem persa e descreve a chegada de um
embaixador vindo do Subcontinente Indiano para visitar o Rei Khosrow I (531 –
579 d.C.) e que o presenteia com este jogo.
A partir
da Pérsia, e seguindo a Rota da Seda para Sul e ainda mais para Oeste, o Shatranj chegou à Península Arábica e a
Bizâncio.
Em 900
d.C., dois mestres Abássidas, al-Suli e al-Lajlaj, escreveram sobre as técnicas
e a estratégia deste jogo. E por volta de 1000 d.C. o Xadrez era popular por toda a Europa e na Rússia, onde fora
introduzido através da estepe euro-asiática.
Os manuscritos
do Rei Alfonso que hoje são conhecidos como «Libro de los Juegos» (Livro dos
Jogos) referem-se a três tipos de jogos muito populares no século XIII, entre eles o Xadrez, cujas regras são descritas de
modo muito parecido às do Shatranj persa.
E apresenta deste modo os argumentos para que o Xadrez tenha
o seu Dia Internacional:
Os desportos,
as artes e as actividades físicas têm o poder de mudar as percepções, os
preconceitos e os comportamentos, ajudando as pessoas a quebrar as barreiras
raciais e políticas, a combater a descriminação e o conflito, pelo que
contribuem para promover a educação, o desenvolvimento sustentável, a paz, a
cooperação, a solidariedade, a inclusão social e a saúde aos níveis local,
regional e internacional.
O Xadrez é um dos jogos mais antigos, intelectuais
e culturais, combinando desporto, pensamento científico e elementos artísticos.
Sendo um
jogo global, promove a justiça, a inclusão e o mútuo respeito, podendo
contribuir para uma atmosfera de tolerância e compreensão entre os povos e as
nações.
Fonte: sítio
da ONU (os textos, adaptados, foram traduzidos do inglês)
Imagem: sítio
da organização Chess.com
Sem comentários:
Enviar um comentário