Subindo e Descendo (M. C. Escher, 1960) |
Em 1936 a lei portuguesa já previa e recomendava “a visita dos alunos e professores dos estabelecimentos de ensino aos museus de arte e monumentos nacionais”, mas foi só em 1953, no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, que “um grupo de mulheres pioneiras, autodidactas, num trabalho isolado e de absoluto mérito”, iniciou “uma nova era nos museus”, acompanhando as visitas de alunos e professores e fazendo a mediação com a respectiva colecção.
Depois, nos anos 70, a Fundação Calouste Gulbenkian criou um Serviço Educativo, “com monitores que promoviam
visitas guiadas e actividades dirigidas ao público”, iniciativa que, em breve,
foi replicada informalmente, mas convictamente, em “muitos museus” do Estado,
tornando-se “uma realidade incontestável” apesar de nascida “à margem da lei”.
Os novos educadores, então pagos à hora, ou dependentes de um subsídio da
Gulbenkian, enfrentaram “todas as adversidades, perante a incredulidade de
muitos directores e conservadores”, e demonstraram, na prática, “a
possibilidade e a vantagem educativa em estabelecer relações de cumplicidade e
criar laços simbólicos entre acervos e públicos.”
Apenas nos anos 80 a “carreira de monitor do serviço
educativo” dos museus do Estado foi reconhecida na lei, o que terá estimulado a
criação destes serviços em muitos dos nascentes museus autárquicos que, por se
encontrarem mais próximos das comunidades, começaram a propor programações mais
interactivas com os seus visitantes.
Em 1993 este novo grupo de profissionais decidiu
começar a encontrar-se com regularidade, de modo a beneficiar de trocas e
reflexões a uma escala maior, pois o seu número era muito reduzido em cada
Serviço Educativo. O objectivo desses encontros não seria pequeno, atendendo ao
que David Anderson afirmara:
“Os objectos têm o poder de
mover a mente e o coração das pessoas, exibi-los não chega. Mas, eles por si
não são cultura, cultura é o que fazemos com eles”.
Em 2001, “inexplicavelmente”, estes encontros
cessaram.
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