sábado, 10 de abril de 2021

[0280] Recursos (I): a Biblioteca Digital Mundial

Esta biblioteca já aqui foi apresentada há dois anos e meio, na mensagem «0168». Desta vez, para abrir uma série de mensagens dedicadas aos «recursos» (que vão sendo organizados em pasta própria neste blogue), mas também porque estão a ser completados os seus 12 primeiros anos de existência, são-lhe acrescentas algumas informações dizendo respeito à história, à organização e ao acervo.


Marcos cronológicos da criação da Biblioteca Digital Mundial:

Junho de 2005: o bibliotecário do Congresso Norte Americano, James H. Billington, propõe à UNESCO a criação de uma Biblioteca Digital Mundial.
Dezembro de 2006: a UNESCO e a Biblioteca do Congresso Norte Americano co-patrocinam uma Reunião de Peritos com as principais partes interessadas de todas as regiões do mundo; dela resulta a decisão de formar grupos de trabalho para desenvolver normas e diretrizes para seleção de conteúdos.
Outubro de 2007: a Biblioteca do Congresso e cinco instituições parceiras apresentam um protótipo da futura Biblioteca Digital Mundial na Conferência Geral da UNESCO.
Abril de 2009: a Biblioteca Digital Mundial é lançada para o público internacional, com conteúdo sobre cada estado-membro da UNESCO.

Os seus documentos estão organizados de diversas formas: região mundial, país, língua, assunto, etc. E também de acordo com seu o suporte e tipo, que são: Imagens e Fotografias; Jornais; Livros; Manuscritos; Diários; Mapas; Registos fonográficos; e Filmes.

Entre os documentos sobre Portugal encontram-se um
mapa de Lisboa , produzido em 1785 (trinta anos após o grande terramoto e o Roteiro da primeira viagem de Vasco da Gama à Índia, 1497-1499 (ver em: https://www.wdl.org/pt/item/10068/view/1/63/): A descrição que é feita deste é a seguinte:

Este manuscrito é a única cópia conhecida de um relato que acredita-se ter sido escrito a bordo durante a primeira viagem marítima de Vasco da Gama à Índia. O texto original, que foi perdido, é muitas vezes atribuído a Álvaro Velho, que acompanhou Vasco da Gama à Índia em 1497-1499, mas que não voltou para Portugal com a expedição, permanecendo por oito anos em Gâmbia e Guiné. O manuscrito é anónimo e sem data, porém a análise paleográfica atribui sua datação à primeira metade do século XVI. O documento descreve a viagem para a Índia e o contato com diferentes povos nas costas da África e da Índia. Ele fala sobre doenças, plantas e animais, reféns, títulos e profissões, armas de guerra, comida, pedras preciosas, desafios de navegação e vários outros tópicos. Anexado ao corpo principal do texto encontram-se uma descrição de alguns dos reinos do Oriente, uma lista de especiarias e outras mercadorias e seus preços, e um vocabulário da linguagem de Calecute. Com uma letra de mão diferente, novos títulos foram adicionados, como Descobrimento da Índia por Vasco da Gama, na folha 1, e Relação do descobrimento da Índia por Vasco da Gama, na folha de guarda inicial. O manuscrito permaneceu durante séculos nas coleções do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra. Em 1834 ele foi transferido para a Biblioteca Pública Municipal do Porto. A viagem de Vasco da Gama em torno do Cabo da Boa Esperança rumo à Índia foi um evento de enorme importância histórica. Além de ser um dos grandes atos da navegação europeia, o feito lançou as bases para o Império Português, que duraria por séculos, e estabeleceu novos contatos entre a Europa e as civilizações da Ásia, fixando um marco no início do processo que mais tarde veio a ser chamado de «globalização». O Roteiro da primeira viagem de Vasco da Gama à Índia entrou para o Registro da Memória do Mundo da UNESCO em 2013.


Fonte: sítio da World Digital Library

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