Para ilustrar os primeiros grandes grupos de plantas que se reproduziram através de sementes foram referidos, na mensagem «0250», os casos das Cicas e dos Ginkgos e, na mensagem «0257», os casos dos Pinheiros, das Cupressáceas e das Araucárias.
Há cerca de 140
milhões de anos, no início do período Cretácico, uma planta que
produzia sementes começou a fazê-lo a partir de flores. A família de plantas que
se constituiu a partir deste passo pioneiro foi a das Magnoliáceas, tendo todas as
outras famílias de plantas com flores evoluído a partir dela.
Num estudo internacional divulgado em 2017, onde se combinou matematicamente as
informações sobre a estrutura e sobre a genética das plantas com flor,
conclui-se que a aparência das flores originais seria próxima da que a actual
flor da Magnólia tem; e deduziu-se que o percurso evolutivo dos restantes grupos
de famílias terá sido, muito plausivelmente, o seguinte (no centro encontra-se
a família das Magnoliáceas):
A Magnólia-sempre-verde (cujo nome científico é Magnolia grandiflora) é uma árvore
originária do Sudeste do continente norte-americano e foi introduzida na Europa
no século XVIII, sendo muito cultivada em jardins e parques.
As flores desta Magnólia são brancas, aromáticas e de dimensão invulgar (cerca
de 25 centímetros de diâmetro), surgindo no final da Primavera. Por não
possuírem néctar, a polinização é geralmente feita por escaravelhos, atraídos
pelo seu aroma e pela possibilidade de se alimentarem das estruturas florais:
Os frutos estão estruturados como uma pinha (uma
característica anatómica semelhante à das plantas que a antecederam), que
atinge a maturidade no Outono e dispersa as sementes de cor vermelha, com a
ajuda de aves e de mamíferos (à esquerda a pinha ainda fechada e, à direita, já
aberta):
A família das Magnoliáceas inclui hoje cerca de 227 espécies, todas extintas na Europa há mais de 2 milhões de anos. Algumas dessas espécies, no entanto, são cultivadas por razões ornamentais: além da Magnólia, frequente em muitos jardins, públicos e privados, é possível ver um relativamente jovem Tulipeiro-da-Virgínia no Parque da Paz (na Cova da Piedade).
Fontes:
indicações públicas prestadas no Jardim Botânico da Universidade de Lisboa; livro
de Bingre & outros (2007; pp. 42 e 138-140); notícia de Serafim (2017), de
onde também foi extraída a imagem com a evolução das flores
Fotografias: Eva Maria Blum
Inspiração: mensagem nº 143 do blogue «Cosmovivências»
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