domingo, 4 de fevereiro de 2018

[0115] Explorando, na Nossa Banda, a era pós-ranking das escolas

O jornal «Público» divulgou ontem, 3 de Fevereiro de 2018, o seu ranking anual das escolas portuguesas, tal como já vem fazendo desde 2001.
Este e outros rankings têm vindo a ser bastante criticados, sendo a razão central das críticas o afunilamento de perspectivas que eles, implicitamente, promovem: pressupõem um modelo particular de educação e as escolas são seriadas em função da sua capacidade de promover esse modelo.

Este ranking oferece-nos, no entanto, algumas oportunidades para pensar no que poderia ser diferente se as escolas deixarem de ser pressionadas para a uniformidade. E uma das oportunidades que nos proporciona decorre da informação sobre a média da escolaridade dos pais e das mães dos alunos de cada escola. Abaixo figuram as 28 escolas públicas dos concelhos de Almada e Seixal que, segundo o ranking do «Público», tiveram no final de 2016-17 pelo menos 50 alunos examinados no 9º ano (não estão indicados os seus nomes, apenas a sua localização aproximada no mapa, mais a respectiva média da escolaridade dos pais, em 2015-16):


Há neste mapa três regiões com escolas cujas médias da escolaridade dos pais são particularmente baixas (fundo verde). Em duas dessas regiões essas escolas estão situadas lado-a-lado com escolas cujas médias são substancialmente mais altas (fundo rosa).

Esta realidade (e a crítica que é feita aos rankings) sugere que se encare a seguinte questão: sendo cada aluno diferente, sendo cada família diferente, sendo cada escola diferente, não deverá a educação, em qualquer destas escolas, ser capaz de ter em conta essas diferenças, de modo a potenciar o melhor e a compensar o mais fraco de cada um?

Fonte: Público (2018), que pode ser descarregado a partir da página «Documentos» (na pasta «Documentos sobre Portugal»)

Sem comentários:

Enviar um comentário