terça-feira, 31 de janeiro de 2017

[0032] Pormenores marítimos da exposição «Almada. Uma história milenar. Entre a terra e o mar»

A exposição está ainda patente no Museu Naval de Almada (situado no Olho de Boi).
Há nela um pequeno destaque para a influência Fenícia, agora que se equaciona o futuro arqueológico da importante estação da Quinta do Almaraz.

Não se sabe como os Fenícios chamariam a esta sua povoação, situada acima de Cacilhas, e que aqui disporia de salgas de peixe e de um porto.

Mas foi aí que se encontraram, datados do século VII antes de Cristo, os seguintes objectos (em bronze e sobre cerâmica) que nos mostram um pouco do que seria o modo de vida marítimo destes Fenícios e dos povos locais que com eles conviviam:


Agulha de fazer redes, em bronze     
Grafito com representação de Corvina


Grafito com representação de uma embarcação indígena     
com proa curva, vela «latina» e espadela     
(Todas as fotografias: Eva Blum)


sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

[0031] Na próxima 2ª feira: reunião de preparação do Encontro «Memórias em Educação no Território de Almada e Seixal»

A reunião decorrerá na Escola Secundária Emídio Navarro, às 15h00 da próxima
2ª feira (dia 30 de Janeiro). O local de encontro é a entrada da Associação dos Antigos Alunos, mas o local da reunião deverá ser na Biblioteca.


Para resolver qualquer desencontro, por favor telefonar para 964 156 395 (Pedro Esteves).


Tema principal desta reunião: distribuição dos contactos para confirmar os primeiros intervenientes no Encontro e o(s) assunto(s) sobre que querem intervir.
Será com base nesta primeira lista que mais tarde será feita a divulgação para a participação com outras intervenções e para a participação sem intervenções.

sábado, 21 de janeiro de 2017

[0030] O Núcleo de História Local e de Arqueologia Os Investigadores (1990-96)

No dia 4 de Abril de 1990, na Escola Preparatória da Cova da Piedade (que tem hoje como patrono o Comandante Conceição e Silva), foi fundado o «Núcleo de História Local e de Arqueologia Os Investigadores».

Até 1995-96, inclusive, este projecto foi apoiada por três professores: Rui Miguel Salvado, Cristina Rodrigues de Matos e Clara Salvado. Que acumulavam esta «actividade de complemento curricular» com as normais tarefas lectivas e com outros empenhamentos na escola.

Participaram entusiasticamente neste projecto algumas centenas de alunos. E também, de outros modos, os pais, os encarregados de educação, a comunidade escolar e a comunidade educativa. Pelo que a organização se tornou muito rica:


(imagem de Salvado & Salvado, 1998; p. 51)

Um dos apoios indispensáveis, face aos enormes desafios a responder: a autorização, por parte do Ministério da Educação, da equivalência a «serviço lectivo» de algumas das horas deste trabalho. Assim sucede até 1994-95; para o ano seguinte, face à não autorização, dois dos professores solicitam um «ano sabático», e aguentam o projecto em 1995-96.
Mas o Ministério da Educação não mudou a sua política; e os professores não podem solicitar tão cedo novo ano sabático. E assim o projecto se extinguiu.


sábado, 14 de janeiro de 2017

[0029] A peça «Os Dias do Pão»

O rato «Carcaça» e o antigo moleiro «Quixote» encontram-se e visitam ficticiamente o antigo moinho de vento deste. Ficamos a saber que aí entravam cereais, de que se faziam farinhas, e das quais se faziam alimentos como o pão, a bolacha e os bolos. Ficamos também a saber que estes moinhos já não existem e (porque entra uma menina no moinho à procura de farinha) que há fome, pois uns têm demais e outros de menos. No fim, com todo o público presente (crianças e adultos), fez-se um ateliê pedagógico, em que se procura recordar o essencial do que foi dito na peça, mas também se procura passar algumas mensagens que têm a ver com o 2º Objectivo de Desenvolvimento Sustentável da ONU (Organização das Nações Unidas), «Erradicar a Fome»: usar energias renováveis, respeitar a diversidade da natureza e comprar produtos locais, partilhar alimentos.

(modelo de «quantos queres», para dobrar e usar pelos miúdos)

Este projecto resultou da colaboração entre Ângela Ribeiro (atriz marionetista) e o Centro de Arqueologia de Almada (CAA), cabendo a dramaturgia, interpretação e cenário à Ângela e a oficina ao CAA.

Mais informações:
                                   
Cevada                                                                                                                                      

Imagem de «Flora von Deutschland, Österreich und der Schweiz»       



[0028] De 6 a 8 de Abril: simpósio «Museus, Investigação & Educação»

O Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal (MAEDS) / Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS), o Forum Intermuseus do Distrito de Setúbal (FIDS), os Museus Municipais de Almada (Câmara Municipal de Almada), o ICOM-Portugal e a Associação Portuguesa de Museologia (APOM) decidiram levar a efeito um simpósio de reflexão sobre o papel dos Museus na sociedade contemporânea, com particular enfoque nas funções Investigação e Educação, perspectivada às escalas local, regional e global.


A inscrição é gratuita: sem comunicação ou poster, até 30 de Março; com comunicação ou poster, até 28 de Fevereiro.

Mais informações e inscrição em: http://simpom.maeds.amrs.pt/.

Contactos do MAEDS - Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal
Morada: Avenida Luisa Todi, nº 162, 2900-451 Setúbal, Portugal
Telefone: +351 265 239 365

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

[0027] Tópicos inspiradores de debate, vindos das 26 mensagens de 2016

Dinâmicas dos actores educativos

Jovens tomam a iniciativa nas suas escolas

Mensagem «0021»:
Há cerca de 1 000 escolas ocupadas pelos seus alunos no Brasil. Dá trabalho ocupar uma escola. Os alunos escreveram:Sua saúde mental vale mais que suas notas”. E também: “NADA DEVE PARECER IMPOSSÍVEL DE MUDAR”. E disseram: “A escola tradicional não oferece muito pra gente”

Investigadores colocam desafios educacionais e organizativos

Mensagem «0001»:
A revista «Apogeo», da Associação de Professores de Geografia, dedicou o nº 48 ao tema «Educação e Território»

Mensagem «0025»:
Os arquivos escolares são particularmente importantes para a salvaguarda e preservação dos seus documentos, que constituem instrumentos fundamentais para a história da escola e a construção da memória educativa, afirmou a investigadora Maria João Mogarro

Escolas procuram vias curriculares alternativas

Mensagem «0006»:
Em 2008-12, na escola EB1 de Vale da Amoreira, situada entre a Moita e o Barreiro, os alunos de uma turma do 1º ciclo (filhos de portugueses, de cabo-verdianos, de angolanos, de guineenses, …) aprenderam simultaneamente em Crioulo e Português, com as professoras Ana Josefa e Ana Carina, durante uma hora e meia por dia; os seus pais ficaram orgulhosos

Mensagem «0013»:
A Casa da Floresta Verdes Anos, colégio em Lisboa onde não há computadores nem quadros interactivos, não é a única a seguir uma via menos convencional.
N’Os Aprendizes, em Cascais, além do edifício onde decorrem as aulas, há uma casa, o Reino dos Sentidos, dedicada sobretudo à arte-terapia: não é só para meninos com necessidades educativas especiais, qualquer criança pode ir lá e tentar ultrapassar uma dificuldade através da pintura, música, neuroterapia, entre outras hipóteses.

Estes colégios são privados, mas a Escola da Ponte, Santo Tirso, do pré-escolar ao 3.º ciclo, é pública. Sem aulas expositivas, são os alunos que escolhem as matérias e quando querem ser avaliados.


Mensagem «0023»:
«Há seis, sete anos começámos a sentir que havia alguns problemas com a Matemática. Por outro lado, notávamos que os alunos davam muitas opiniões mas eram incapazes de argumentar. Não conseguiam construir um caminho para chegar a uma conclusão. Sabíamos de experiências do uso do xadrez em escolas lá fora e decidimos avançar», explicou Vítor Rodrigues, director da Escola 31 de Janeiro, na Parede

Grupos procuram estabelecer pontes entre todos os actores

Mensagem «0007»:
O Núcleo de Almada e Seixal da Rede Educação Viva, membro da «Rede de Educação Alternativa» (Reevo), promoveu um encontro regional, visando “dar vida a uma comunidade de partilha e aprendizagem, estimulante e participativa, num encontro com dinâmicas para todas as idades.”


Mensagem «0008»:
O grupo «Educação: Pontes na Outra Banda» divulgou o seu objectivo de estabelecer «pontes» entre os diversos envolvimentos profissionais na Educação, nomeadamente no âmbito da Educação Patrimonial

Mensagens «0008» e «0018»:
Um grupo de educadores divulgou a preparação de um Encontro sobre as «Memórias em Educação no Território de Almada e Seixal», a realizar no início de 2018

Mensagem «0010»:
Um grupo de educadores promoveu uma visita conjunta a três exposições patentes nas instalações do Presídio da Trafaria: «As Vinhas de Almada. O vinho na história local» (da autoria do Centro de Arqueologia de Almada); «Objecto - Projecto» (realizada no âmbito da Trienal de Arquitectura, com curadoria do arquitecto Godofredo Pereira); e «O Presídio e a Trafaria. 450 Anos de História» (da autoria do Centro de Arqueologia de Almada)


Comentário dirigido a esta mensagem:
Aqueles que nós consideramos «o outro», consideram-nos por sua vez como «o outro» …
Se esta distinção é estéril, que se ganhará se nos reconhecermos mutuamente como complementarmente diferentes?
Stephen Stoer e António Magalhães escreveram um livro para acentuar que «A Diferença Somos Nós» (2005). E o ensaísta Alberto Manguel, referindo-se a Dom Quixote e a Sancho Pança, afirmou: “Tornaram-se espelhos enobrecidos postos frente a frente, reflectindo as qualidades que, invisíveis num, são visíveis no outro, e vice-versa.” (2011; p. 108)

Mensagem «0022»:
Um grupo de amigos do Museu de Metrologia promoveu uma visita guiada a este Museu

Instituições promovem encontros de divulgação

Mensagem «0002»:
O Instituto Português da Qualidade promoveu um encontro sobre Metrologia e Ensino, com os objectivos de divulgar a Metrologia e de interagir com outras organizações ligadas à educação ao nível do 2º, 3º ciclo do ensino básico, do ensino secundário e do ensino superior.

Mensagem «0003»:
O Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal e o Fórum Intermuseus do Distrito de Setúbal divulgaram a realização das «Jornadas Arqueológicas da Região de Setúbal»

Mensagem «0011»:
O Museu Naval, de Almada, divulgou uma exposição sobre as origens «milenares» deste concelho

Caminhos para a construção de uma «comunidade»

Jovens dão a sua opinião

Mensagem «0012»:
«Se fosse ministro da Educação reduzia as cargas horárias para que tivéssemos tempo de ser crianças e jovens. Em vez de aulas com o professor a expor a matéria promoveria a aprendizagem por experimentação e observação, porque assim como é em 50 minutos de aulas com o professor a falar apenas retemos cinco a 10 minutos do que ele diz», disse a Mariana

Mensagens «0015», «0016» e «0017»:
O último estudo «Health Behaviour in School-aged Children», que a Organização Mundial de Saúde realiza de 4 em 4 anos, e que visa avaliar hábitos, consumos e comportamentos com impacto na saúde física e mental dos adolescentes, aos 11, aos 13 e aos 15 anos, foi apresentado em Março passado, em Bruxelas. Os dados são de 2013-14 e correspondem às respostas de mais de 220 mil adolescentes, norte americanos e europeus (6 mil eram portugueses), de 42 países e regiões

Educadores formulam as suas memórias

Mensagem «0019»:
Foram lembrados os 30 anos decorridos desde o dia 22 de Novembro de 1986, em que se  realizou na Escola Secundária Emídio Navarro um «Encontro Debate sobre a Situação do Ensino em Almada-Seixal»


Comentário dirigido a esta mensagem:
Em Almada e no Seixal o problema das instalações e dos recursos melhorou muito nestes 30 anos. Bem como o «sucesso escolar», tal como em todo o país.
A inadequação dos «programas» continua, nos exactos termos em que a formulámos em 1986. E o «sucesso educativo» foi sendo secundarizado.
A ligação entre os dois concelhos piorou. E fazem falta outros debates públicos (em que a maioria não vá apenas ouvir os «especialistas» e os «gestores»). Fazem sobretudo falta encontros entre a grande diversidade de educadores que, ao longo destes 30 anos, surgiu e se afirmou.
Por todo o país, aumentou, e muito, a «hierarquização», problema que pouco se sentia há 30 anos. E que hoje tem um reflexo devastador no ambiente escolar e no estado de espírito dos professores.

Mensagem «0026»:
Foram lembrados, através de um livro, «A Cidade do Teatro [edição comemorativa pelos 20 anos da MOSTRA DE TEATRO DE ALMADA / 1996-2016]», não só 47 os grupos participantes nas 20 edições desta Mostra como um pouco da história do teatro neste concelho e algumas das suas ligações à educação


Comentário dirigido a esta mensagem:
Este será o primeiro exemplo de uma «comunidade real» (teatral, mas também educativa) que se desenvolveu no seio da nossa «comunidade educativa virtual».
Deveriam ser estudadas as condições e as iniciativas que geraram esse desenvolvimento.

Investigadores divulgam os seus estudos e dão a sua opinião

Mensagem «0004»:
Um terço dos nossos professores portugueses foi descrito por um estudo como estando «exaustos, desiludidos ou baralhados»

Mensagem «0024»:
Chris Whitehead, investigador e professor de Museologia na Universidade de Newcastle, afirmou, numa entrevista, ser necessário os museus aprenderem a «lidar com o passado»: “Os museus têm tendência a concentrar-se nas dificuldades do passado, mas parecem não ver que elas nos seguem até ao presente. É obrigatório fazer essa ligação.” (Chris Whitehead)

Municípios adoptam uma filosofia educativa

Mensagem «0014»:
A Associação Internacional das Cidades Educadoras tem membros em todos os continentes. A Rede Territorial Portuguesa das Cidades Educadoras inclui, actualmente, 61 cidades, 5 delas do distrito de Setúbal:
O 1º Congresso Internacional das Cidades Educadoras foi realizado em Barcelona, em 1990. Nele foi elaborada a Carta das Cidades Educadoras, mais tarde revista nos congressos de Bolonha, em 1994, e de Génova, em 2004

Instituições internacionais divulgam os seus estudos

Mensagem «0005»:
Foi divulgado o relatório «Education at a Glance», de 2016, através do qual a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) compara e comenta o estado da educação nos seus países membros (e em mais alguns associados)

Mensagem «0020»:
Foi divulgado o relatório do TIMSS - Trends in International Mathematics and Science Study (Estudo Internacional sobre as Tendências em Matemática e Ciências) – realizado em 2015 pela IEA - International Association for the Evaluation of Educational Achievement (Associação Internacional para a Avaliação dos Resultados Educativos), e no qual participaram alunos portugueses

Comentário dirigido a esta mensagem:
A propósito dos «resultados» deste TIMSS [de 2015], houve quem destacasse que os miúdos portugueses da 4ª classe já estavam melhor que os finlandeses em Matemática. Mas «estar à frente dos outros» não é o objectivo dos finlandeses. Eero Väätäinen [citado por Descamps, 2013], que coordenou uma escola e o sector da educação duma cidade, descreveu assim o espírito das reformas educativas na Finlândia:
“Não devemos esquecer que as crianças não andam na escola para fazer testes. Elas vêm aprender a vida, encontrar o seu próprio caminho. Acaso se pode avaliar a vida?”