domingo, 31 de dezembro de 2017

[0108] Por um 2018 vindo de todos nós!

Desejo para 2018:


Para ganhar um Ano Novo / que mereça este nome, / você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo. / Mas tente, experimente, consciente. / É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.

Carlos Drummond de Andrade (poeta brasileiro, 1902-1987)






Ao longo deste ano que vai começar este blogue reorganizará a página «Debates» e substituirá a página «Projectos» por outra que espera ser mais adequada: «Recursos».

Fonte: Andrade, citado por Fiolhais (2017), num jornal

sábado, 16 de dezembro de 2017

[0107] Luís Raposo: «Luzes e sombras em vésperas do Ano Europeu do Património Cultural»

O texto completo:

O Ano Europeu do Património Cultural foi oficialmente lançado em Milão, durante o Fórum Europeu da Cultura. Discursos de circunstância, inflamados na sua irreverência de salão, testemunhos de jovens bem-sucedidos e muito fluentes nas técnicas de cativar audiências ... E pronto. Nem mais seria de esperar daquele ali. Quando a apresentadora de serviço fez a ingénua pergunta sobre qual a origem profissional da audiência, descobriu-se como nela eram raros os artistas, os autores e bem assim todos os que se consomem, dia-a-dia e por dentro, no acto resistente e criativo de fazerem viver museus, teatros e demais casas de cultura (estariam certamente muito mais ocupados nessa labuta e também se calhar ninguém lhes pagaria para a viagem), e como abundavam os membros das tutelas públicas e os empresários das indústrias criativas. Houve excepções neste quadro, claro. Uma delas a intervenção vigorosa da secretária-geral da Europa Nostra, reclamando que se levantassem os militantes do Ano que está para começar: as três dezenas e meia de representantes de Organizações Não Governamentais do Património e dos Museus, que ali estávamos, cumprindo o nosso dever, mas com o pensamento e o instinto da acção postos noutra galáxia, aquela em que dias antes navegáramos quando a percorremos entre nós e quando fomos informados do primeiro Eurobarómetro sobre temas de Património Cultural, que vale mais do que mil discursos.
Sabíamos já do impacte económico deste sector: mais de 300 mil postos de trabalho directos e quase oito milhões indirectos (criação de até 26,7 empregos indirectos por cada um directo, quando no sector automóvel, por exemplo, essa taxa é de 6,3). Mas faltava-nos o principal, a sua dimensão cidadã, e é disto que trata este Eurobarómetro. Demonstra ele, expressivamente, o apego relativamente aos valores do Património Cultural, de que mais de quatro quintos dos respondentes dizem ter orgulho quanto aos do seu próprio país e mais de dois terços quanto aos de outros países. Dá depois também conta do envolvimento pessoal e cívico nestes domínios: mais de metade dos inquiridos visitaram monumentos, sítios ou museus no último ano — índices muitíssimo superiores aos da frequência da maior parte dos espectáculos de artes performativas. Comprova o poder do Património na promoção do conhecimento e da tolerância mútuas: ele constitui critério de escolha das férias para a maior parte, com especial relevo dos segmentos mais jovens, 72 % da faixa compreendida entre 15 e 24 anos (contra 63 % das idades acima de 65 anos), sendo que a Internet é já usada por mais de metade na preparação desses circuitos. Assinala-nos os bloqueios que ainda existem, dos quais sobressaem os da falta de tempo e do custo das entradas nos espaços patrimoniais. Aponta-nos enfim o caminho que os cidadãos gostariam ver seguido: ensino dos temas patrimoniais nas escolas (88 % dos inquiridos) e maior investimento público em geral, 74 %, contra apenas 14% que prefeririam maior investimento privado, o que também diz muito da percepção que se tem da natureza destes bens.


E Portugal, como surge neste retrato? Bom, sem prejuízo de análise mais aprofundada, tendo em conta nomeadamente as variáveis geracionais e de género, níveis de literacia, inserção profissional, capacidade económica, local de residência, etc., que os dados brutos disponíveis permitem alcançar, poderíamos dizer que detectamos também aqui aquela irritante esquizofrenia que nos esquarteja entre o primeiro mundo, quanto ao discurso proclamatório, e o terceiro mundo, quanto à prática efectiva. Com efeito, e atendendo apenas aos indicadores em que saímos da média, situando-nos nos dois quartis opostos, verificamos que nos destacamos pela positiva quanto a considerar que o Património Cultural representa elemento essencial da identidade nacional e constitui barreira à globalização (à frente de nós apenas os gregos, no primeiro caso, e os malteses, no segundo), que cria emprego e confere qualidade de vida, que deveria ser ensinado nas escolas e mais financiado pelo Estado. Mas depois, em muito maior número de indicadores, ocupamos o fundo das tabelas: somos os últimos, ou dos últimos, em todos os parâmetros relacionados com o envolvimento activo no Património (participação em actividades e movimentos sociais, voluntariado e contribuição em dinheiro ou espécie...), somos os últimos na visita a locais patrimoniais e museus (com alguns progressos relativamente ao Eurobarómetro de 2013 sobre práticas culturais, mas ainda assim novamente os últimos) ... mas, pasme-se, somos os primeiros a indicar que não frequentamos esses locais por falta de tempo (pretexto cuja sinceridade se mede por sermos também dos que mais assumem claramente a falta de interesse em tais programas).
Ou seja, estamos na vanguarda no plano do discurso e da reivindicação para que outros façam; e estamos na retaguarda quando se trata de efectivamente fazer. Quem tem culpa de tal estado de coisas? A quem atribuir a vergonha de sermos o povo que menos visita museus ou o que menos considera os bens patrimoniais no planeamento de férias? Às políticas governativas ou autárquicas das últimas décadas, as quais, passado o impulso dado pelo “dia inicial inteiro e limpo” do qual nasceram cerca de 200 Associações de Defesa do Património, se rendem cada vez mais ao mercantilismo (“quem quer cultura, paga”)? Sim, elas pouco ou nada têm ajudado a corrigir este terceiro mundismo quase endémico. Mas não nos iludamos: a culpa mora principalmente em nós, seja este nós “o povo”, sejam os que dele nos consideramos intelectuais e nos encapsulamos prazerosamente nos poucos bares onde todos nos conhecemos, todos (mal)dizemos e pouco fazemos. Poderá a coisa mudar um dia? Diríamos que sim, com o optimismo que a militância associativa e cívica nos manda ter. E talvez a gazua esteja na introdução do ensino para o Património Cultural nas escolas, ambição de 93 % dos respondentes portugueses, que neste particular dão cartas.
No imediato, temos então este Ano Europeu, que ficará certamente marcado por centenas ou milhares de iniciativas, que as administrações públicas do Património Cultural se encarregarão de promover ou apenas de parasitar, oferecendo diligentemente plataformas de divulgação. Serão na maior parte ocorrências avulsas e fugazes, que pouco terão de europeu. No plano nacional, a sua validação será feita por coordenadores nomeados pelos governos. No plano da UE e para acções no quadro de programas existentes, as direcções-gerais respectivas sancionarão o que entendam. Mas no plano da cidadania europeia, serão as ONGs reunidas no conselho das “Vozes da Cultura” que asseguram a certificação das actividades propostas — e esperam que as mesmas explorem audaciosamente as quatro linhas estratégicas que verdadeiramente poderão projectar o Ano para além dele mesmo: envolvimento cidadão, sustentabilidade ambiental e social, protecção contra as forças do camartelo e do tráfico, inovação entendida como ciência cidadã. Neste quadro, faremos com que os sinos dobrem em toda a UE, em prol do Património; acenderemos tochas que percorrerão regiões e países, entoaremos em uníssono o Hino à Alegria, promoveremos debates e acções de lóbi ... Enfim, não ficaremos parados. Possa também em Portugal ser este o momento do nosso estremecimento colectivo e que dele fique não apenas a fugacidade dos “eventos”, mas alguma potencial semente de futuro.

Fonte jornalística: Raposo (2017)

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

[0106] Vinte e sete das escolas dos concelhos de Almada e Seixal: organigrama das suas origens

A expansão económica que se seguiu à IIª Guerra Mundial originou grandes migrações e um enorme aumento da procura educativa. As escolas que já tinham sido criadas, a maioria destinadas apenas à instrução primária, tornaram-se então insuficientes para as aspirações das populações e para as necessidades dos empregadores.

Na outra banda dos concelhos de Almada e Seixal, em Lisboa, a escolaridade mais prolongada já era proporcionada pelos Liceus (tradicionalmente vocacionados para os filhos das elites) e pelas Escolas Técnicas e Industriais (destinados à preparação de futuros trabalhadores). Na Nossa Banda esta abertura só começou na década de 1950.
Começou, institucionalmente, pela escola que hoje é a Emídio Navarro. No entanto, as restritíssimas condições da altura rapidamente tornaram esta primeira escola pós-primária insuficiente. Pelo que, durante três décadas, se assistiu a um curioso fenómeno de multiplicação das escolas:
·      por vezes, como aconteceu com a Emídio em relação à António da Costa, uma escola dividiu-se em duas (setas verdes no organigrama inserido a seguir), o que foi sempre acompanhado pela partilha, durante algum tempo, das instalações (setas vermelhas)
·      doutras vezes houve uma separação física imediata, mantendo-se, durante algum tempo, a dependência institucional (setas azuis), sendo as novas escolas «secções» das escolas-mãe, como aconteceu com a Fernão Mendes Pinto (no Pragal) e com a José Afonso (nas Cavaquinhas).

A origem das vinte e sete escolas referidas abaixo (e que é referida no recente livro de Carlos Abreu sobre a Emídio Navarro) levou 45 anos a completar-se!


Fonte bibliográfica para a construção do organigrama: Abreu (2017)

sábado, 2 de dezembro de 2017

[0105] 10 de Dezembro: Dia dos Direitos do Homem

Em 10 de Dezembro de 1948 a Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) proclamou a Declaração Universal dos Direitos do Homem (a versão em inglês e francês, conforme o original publicado pela ONU, está acessível através da página «Documentos»).
Tem sido particularmente citado o primeiro artigo destes direitos, fundamento de todos os outros:


Dois anos depois da aprovação desta declaração, a ONU propôs que os dias «10 de Dezembro» fossem uma referência para celebrar os Direitos do Homem e para lembrar os esforços ainda necessários para os implementar. Eis a versão em francês dessa proposta, retirada do jornal com as resoluções desta organização:


Fontes: sítios da Calendarr e da ONU

terça-feira, 28 de novembro de 2017

[0104] Os 30 anos da Escola Secundária Daniel Sampaio lembram a expansão da rede de escolas nos concelhos de Almada e Seixal ao longo da década de 1980

O enorme aumento da procura de educação formal que se vinha verificando desde os anos 60 esteve na origem do maior aumento do número de escolas nos concelhos de Almada e Seixal cerca de vinte anos depois, tendo sido inauguradas escolas um pouco por todo este território (em Cacilhas, Cavadas, Cova da Piedade, Feijó, Fogueteiro, Laranjeiro, Sobreda, Vale de Milhaços, …). E os educadores locais deram uma ajuda quando, em 2 de Novembro de 1986, o reivindicaram num «Encontro Debate sobre a Situação do Ensino em Almada-Seixal» realizado na Escola Secundária Emídio Navarro (mensagem «0019»).

A criação legal da Escola Secundária da Sobreda em 1987, que seria inaugurada no ano seguinte, é um exemplo dessa expansão da oferta educativa. A Escola Secundária Daniel Sampaio, como hoje é designada, está portanto a comemorar os seus 30 anos de existência ao longo deste ano lectivo.


Fontes: para o texto, Abreu (2005); para a imagem, sítio da E. S. Daniel Sampaio

sábado, 25 de novembro de 2017

[0103] Dia Mundial da Ciência / Dia Mundial da Ciência ao Serviço da Paz e do Desenvolvimento

Para uns, este «dia» é comemorado em 24 de Novembro; para outros, é-o em 10 de Novembro.

(fundo do cartaz para 2017, criado por Razan Jilani)

Promovendo a segunda data, a UNESCO, através do sítio das Organizações Unidas, defende que ela é uma oportunidade para “lembrar a importância da ciência na vida quotidiana” e para “envolver o grande público nos debates” que lhe dizem respeito.

Tema escolhido pela UNESCO para a celebração deste ano:
«A ciência para um entendimento global»

Fontes: sítios da Calendarr (que refere a primeira designação e o dia 24) e da Organização das Nações Unidas (que refere a segunda designação e o dia 10, e proporciona o texto e a imagem)

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

[0102] O Dia Mundial da Filosofia, celebrado em Novembro

A UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) instituiu este dia em 2005, celebrando-o na terceira Quinta-feira de Novembro (que este ano ocorreu no passado dia 16).

O termo «filosofia» vem do grego e traduz-se literalmente por «amor da sabedoria». Se precisássemos de descrever a filosofia, podíamos dizer que ela é constituída por um conjunto de reflexões críticas e argumentadas que dizem respeito ao mundo e ao lugar que nós ocupamos nele. A filosofia fornece a base conceptual dos princípios e dos valores de que depende a paz mundial: a democracia, os direitos do homem, a justiça e a igualdade. Por outro lado, a filosofia contribui para consolidar os verdadeiros fundamentos da coexistência pacífica e da tolerância.

Muitos pensadores afirmam que o «espanto» se encontra no centro da filosofia. De facto, a filosofia nasce dessa tendência natural dos humanos para se espantar acerca de si próprios e do mundo em que vivem.
Esta disciplina que se pretende «sabedoria» ensina-nos a reflectir sobre a reflexão, a colocar em questão as verdades bem estabelecidas, a verificar as hipóteses e a encontrar as conclusões.
Desde há séculos e em todas as culturas, a filosofia produziu conceitos, ideias e análises, estabelecendo assim os fundamentos do pensamento crítico, independente e criativo.
Este Dia também nos oferece a ocasião para nos interrogarmos sobre questões frequentemente esquecidas:
  • Acerca de quê nos temos esquecido de reflectir?
  • A que realidades intoleráveis nos temos habituado?”

Traduzido do sítio da Organização das Nações Unidas

sábado, 18 de novembro de 2017

[0101] Premiada a reprodução do Carvalho de Monchique em viveiro do Grupo Flamingo

O Grupo Flamingo (mensagem «0094») criou um Centro de Investigação e Reprodução de Plantas Autóctones (CIRPA) que integra dois viveiros de plantas autóctones - um na Mata Nacional dos Medos (na Fonte da Telha) e o outro no Parque da Quinta da Marialva (em Corroios) - tendo em vista a produção para reflorestações de áreas sensíveis com interesse de conservação e em locais onde existiu uma forte pressão humana na paisagem original. Este projecto pretende também fomentar a investigação na área da produção florestal e conservação da natureza e ainda servir para sensibilizar e familiarizar o público em geral em relação a estas temáticas.


O CIRPA está empenhado desde 2013 na conservação e recuperação do Carvalho de Monchique (Quercus Canariensis Wild), com o objectivo de produção em viveiro e posterior reforço das populações desta árvore, extremamente ameaçada em Portugal, bem como produzir e conservar as plantas que se encontram associadas a florestas desta espécie. Em Outubro de 2014 cerca de mil destes carvalhos germinados nos seus viveiros foram plantados em áreas dizimadas pelos incêndios no concelho de Monchique.
Este ano, o trabalho feito com a Quercus Canariensis Wild ganhou uma menção honrosa da 18ª edição do Prémio Nacional de Ambiente, atribuído anualmente pela Confederação Portuguesa das Associações de Defesa de Ambiente e que se destina a galardoar a pessoa, instituição ou empresa que em cada ano se distinga na sua acção como «amiga do ambiente».

Este projecto tem-se também focado na Educação Ambiental, envolvendo, nomeadamente, escolas situadas nas proximidades dos viveiros.

Fonte: sítio do Grupo Flamingo

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

[0100] 20 de Novembro: Dia Internacional dos Direitos das Crianças

As crianças são especialmente lembradas em dias do ano escolhidos pelas tradições locais.
A Organização das Nações Unidas, como forma de lembrar a aprovação da Declaração Universal dos Direitos da Criança (em 20 de Novembro de 1959) e da Convenção dos Direitos da Criança (em 20 de Novembro de 1989), adoptou este coincidente dia do ano para comemorar o Dia Internacional dos Direitos das Crianças.


A  Declaração Universal dos Direitos das Crianças foi adaptada da Declaração Universal dos Direitos Humanos, tendo a seguinte redacção:
·       Todas as crianças têm o direito à vida e à liberdade
·       Todas as crianças devem ser protegidas da violência doméstica, do tráfico humano e do trabalho infantil
·       Todas as crianças são iguais e têm os mesmos direitos, não importando a sua cor, raça, sexo, religião, origem social ou nacionalidade
·       Todas as crianças devem ser protegidas pela família e pela sociedade
·       Todas as crianças têm direito a um nome e a uma nacionalidade
·       Todas as crianças têm direito a alimentação, habitação, recreação e atendimento médico
·       As crianças portadoras de deficiências, físicas ou mentais, têm o direito à educação e aos cuidados especiais
·       Todas as crianças têm direito ao amor, à segurança e à compreensão dos pais e da sociedade
·       Todas as crianças têm direito à educação
·       Todas as crianças tem direito de não serem violadas verbalmente ou serem agredidas por pais, avós, parentes, ou mesmo a sociedade

A Convenção dos Direitos da Criança assenta em quatro pilares fundamentais que estão relacionados com todos os outros direitos das crianças:
• a não discriminação, que significa que todas as crianças têm o direito de desenvolver todo o seu potencial – todas as crianças, em todas as circunstâncias, em qualquer momento, em qualquer parte do mundo
• o interesse superior da criança deve ser uma consideração prioritária em todas as acções e decisões que lhe digam respeito
• a sobrevivência e desenvolvimento sublinha a importância vital da garantia de acesso a serviços básicos e à igualdade de oportunidades para que as crianças possam desenvolver-se plenamente
• a opinião da criança que significa que a voz das crianças deve ser ouvida e tida em conta em todos os assuntos que se relacionem com os seus direitos

Fonte: sítios da Calendarr e da UNICEF (também para a imagem)

sábado, 11 de novembro de 2017

[0099] 19 de Novembro: Dia Mundial do Xadrez

A celebração desta data foi escolhida para coincidir com o dia de nascimento do cubano José Raúl Capablanca (1888 – 1942), talvez o melhor xadrezista natural de sempre: aprendeu a jogar aos 4 anos, vendo como o pai o fazia; venceu, por 7 – 5, um match contra o campeão do Clube de Xadrez de Havana quando tinha 12 anos; e, em 1921, conquistou o título mundial, jogando contra Emanuel Lasker.

Em sentido restrito, o Xadrez é um jogo de competição. No entanto, desde muito cedo, a prática deste jogo também gerou um ambiente de cooperação, de que a problemística é um exemplo: uns poucos propõem, os restantes resolvem, e assim todos melhoram.

Eis um dos mais antigos exemplos de problema, de origem árabe, com cerca de mil anos: as brancas jogam e dão mate em 3 lances:


Segundo a Associação de Xadrez de Setúbal (fundada em 1976), em 2016-17 estavam nela federados doze clubes (metade do concelho do Barreiro; e um de fora do distrito):

ASSOCIAÇÃO DE FORMAÇÃO DESPORTIVA B. LÃNDIA (concelho do Barreiro)
ASSOCIAÇÃO DE XADREZ «A TORRE» (concelho Montemor-o-Novo)
ATENEU POPULAR DE MONTIJO (concelho do Montijo)
CENTRO CULTURAL E RECREATIVO DO ALTO DO MOINHO (concelho do Seixal)
CENTRO CULTURAL E RECREATIVO JUVENTUDE DO LAVRADIO (concelho do Barreiro)
CLUBE PEÕES DA CAPARICA (concelho de Almada)
COOPERATIVA CULTURAL POPULAR BARREIRENSE (concelho do Barreiro)
FUTEBOL CLUBE BARREIRENSE (concelho do Barreiro)
GRUPO DESPORTIVO DO CAVADAS (concelho do Seixal)
GRUPO DESPORTIVO DOS FERROVIÁRIOS DO BARREIRO (concelho do Barreiro)
INDEPENDENTE FUTEBOL CLUBE TORRENSE (concelho do Seixal)
SANTOANTONIENSE FUTEBOL CLUBE (concelho do Barreiro).


Fontes: sobre Capablanca, Penguin Books (1981; pp. 80-81); origem do problema, Penguin Books (1981; pp. 355-356); sobre o distrito de Setúbal, sítio da Associação de Xadrez de Setúbal

Solução do problema:

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

[0098] Construção naval em madeira: a «Muleta» está a renascer em Sarilhos Pequenos

Fr. Nicolau de Oliveira pôde observar no rio Tejo, no início do século XVII, “muitos barcos pequenos a que chamamos moletas”. Mas, perto do fim do século XIX, Ramalho Ortigão já chamava de outro modo a atenção para “as elegantes muletas do Seixal, que infelizmente tendem a desaparecer da nossa baía”.

As Muletas eram embarcações típicas dos pescadores do Seixal e do Barreiro, existindo dela vários modelos à escala, como o seguinte:


Recentemente, a Câmara Municipal do Barreiro encomendou ao Estaleiro Naval de Sarilhos Pequenos a construção de uma Muleta, estando a sua conclusão prevista para a primeira metade de 2018.

A preparação baseou-se nos planos do Museu de Marinha:


Ao fim de cerca de três semanas da construção propriamente dita …


… a Muleta nascente mostrava-se assim:


Fonte para as citações: Nabais (1984; p. 20)

O modelo da Muleta foi construído por Arnaldo dos Reis Cunha e restaurado por Luciana Casanova, estando patente ao público no Núcleo Naval do Ecomuseu Municipal do Seixal (fotografia retirada do sítio da Europeana)

Fotografias da planta e do estaleiro: Eva Maria Blum (em 6 de Novembro de 2017)

sábado, 4 de novembro de 2017

[0097] O Moinho de Maré de Alhos Vedros

Na página da Câmara Municipal da Moita este moinho é descrito assim:


O Moinho de Maré, situado no cais da vila de Alhos Vedros, terá sido construído na primeira metade do século XV, por Pero Vicente, na sequência de uma carta de sesmaria, concedida pelo Infante D. João, Mestre da Ordem de Santiago, a 13 de Fevereiro de 1435, em que lhe dá a posse de um chão e sapal para construir uma azenha.
A propriedade deste moinho transita para a família Mendonça Furtado, através da descendência do irmão de Catarina Lopes Bulhoa, segunda esposa de Pero Vicente e permaneceu na posse dessa família até ao século XIX. Com a instituição do Morgado da Casa da Cova, por Pedro Mendonça, no século XVI, o Moinho de Maré, juntamente com o Moinho Novo e o Palácio, passou a integrar o conjunto dos bens do Morgadio, tal como é referido nas escrituras de arrendamento.
Na primeira metade do século XX, a propriedade do moinho de maré deixou de estar na posse da família Mendonça Furtado e passou a ser pertença de José Gago da Silva. Foi com este proprietário que trabalhou o último moleiro do moinho, Manuel José Moreira, até 1939-1940. Posteriormente, foi vendido a um industrial de cortiça de Alhos Vedros que o transformou num armazém para as caixas da fábrica, altura em que foi construído o piso superior.
Em 1986 foi adquirido pela Câmara Municipal da Moita e entre 2006 e 2007 foi alvo de um projecto de reabilitação que o converteu num espaço cultural polivalente.
Após séculos de laboração, a actividade moageira teve o seu fim de ciclo e hoje o moinho constitui um bom exemplo arquitectónico dos sistemas tradicionais de moagem que se estabeleceram na margem sul do estuário do Tejo.

Este moinho é visitável, mediante marcação prévia (210 817 000; div.cultura.desporto@mail.cm-moita.pt).

Fonte: sítio da Câmara Municipal da Moita

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

[0096] Hoje faz 45 anos: parabéns Centro de Arqueologia de Almada!

Fundado em 1 de Novembro de 1972, o …


… desenvolve um conjunto de actividades ímpar na Nossa Banda:


Eis como descreve a Educação Patrimonial que promove:

As atividades educativas do Centro de Arqueologia de Almada promovem a educação patrimonial das crianças e dos adolescentes. A educação patrimonial é uma ferramenta para a compreensão da história e da paisagem. Através dela desenvolvem-se referências culturais importantes para a vida em sociedade.
As atividades de educação patrimonial dão a conhecer o Património e valorizam-no como marca identitária. Edifícios, memórias, lugares e objectos usados no passado são também recursos de aprendizagem. Com eles, criamos experiências educativas em diversas áreas do saber e das artes.
A acção educativa do Centro de Arqueologia de Almada apoia-se no conhecimento construído pela associação ao longo dos anos e tem três valores básicos: rigor científico; aproximação dos conteúdos aos destinatários; cariz experimental.
Em cada ano letivo vamos alargando o número de atividades disponível, tendo em vista abranger os vários níveis etários e ir ao encontro dos programas escolares.

Fonte: sítio do Centro de Arqueologia de Almada

sábado, 28 de outubro de 2017

[0095] Apresentação do livro sobre a Escola Secundária José Afonso

Da autoria de Alice Santos, Luís Filipe Santos, Madalena Ferreira e Sérgio Contreiras, professores na Escola Secundária José Afonso (Arrentela), o livro Fazes parte desta história será apresentado no próximo dia 9, pelas 18h00, no átrio da escola.

Um esboço da história da José Afonso (antigamente conhecida por Escola das Cavaquinhas) foi divulgado na mensagem «0060».


Fonte: informação dos autores por email 

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

[0094] O Grupo Flamingo

O Grupo Flamingo - Associação de Defesa do Ambiente, fundado em 2 de Maio de 2002, adquiriu em 2005 o estatuto de organização não-governamental de ambiente (ONGA), de âmbito regional, devido ao desempenho relevante no domínio do Ambiente, quer na sua promoção, protecção, sensibilização e valorização junto da população, e ainda pelo reconhecido mérito em termos de educação ambiental.

Em 2011 foi-lhe atribuído o Prémio «Terres de Femmes», da Fundação Yves Rocher, com o Projecto do Viveiro de Plantas Autóctones da Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica.


Com sede em Corroios, concelho do Seixal, tem entre as suas actividades mais conhecidas as visitas e observações de aves, tendo-o feito, na Nossa Banda: Sapal de Corroios; Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa da Caparica; Mata da Machada; Sapal de Coina; Lagoa de Albufeira; Cabo Espichel; Serra da Arrábida; e Reserva Natural do Estuário do Tejo.
E também colabora com as escolas.

Fonte: sítio do Grupo Flamingo

sábado, 21 de outubro de 2017

[0093] 31 de Outubro: Dia Mundial das Cidades

As Nações Unidas estabeleceram este dia em 2013 e iniciaram a sua comemoração em 2014, tendo-lhe associado um tema geral: Melhor Cidade, Melhor Vida.


O subtema escolhido para 2017 é Governança Inovadora, Cidades Abertas, estando ligado a um dos 17 objectivos enunciados na Agenda para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, que tem 2030 como horizonte temporal.

Como encara o movimento das Cidades Educadoras (mensagem «0014») esta comemoração?

Fonte: sítio das Nações Unidas - Habitat

sábado, 14 de outubro de 2017

[0091] Bora Cuidar da Escola!

O Núcleo de Almada e Seixal da Rede Educação Viva vai promover o segundo encontro da série «Bora Mudar a Escola?!» no dia 21 de Outubro de 2017 no Solar dos Zagallos (Sobreda da Caparica):


Na página deste Núcleo no Facebook escreve-se sobre este encontro:

Os «Boras» estão de volta, com nova imagem e novas dinâmicas!
É com imensa alegria que lançamos a 2ª edição dos nossos encontros, agora sob o lema «Bora cuidar da Escola!», em parceria com a Câmara Municipal de Almada.
Convidamos toda a comunidade – crianças, jovens, famílias, escolas públicas e privadas, projetos educativos inovadores, instituições e poder local – a participar proactivamente no movimento de transformação da educação que está a acontecer no nosso país.
O nosso propósito é criar espaços vivenciais de reflexão, escuta e co-criação a partir de temas que emergem de um novo paradigma para uma educação mais humanizada, sensível, integral e globalizante.
Juntos cuidaremos.
Juntos faremos a transição acontecer!

O primeiro encontro desta série, realizado em 2016, foi noticiado na mensagem «0007».


quarta-feira, 11 de outubro de 2017

[0090] 16 de Outubro: Dia Mundial da Alimentação

Esta celebração foi decidida pelas Nações Unidas em 1979, coincidindo a sua data com a da fundação da Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em 1945.


O tema escolhido para 2017 chama a nossa atenção para as pessoas que têm sido obrigadas a deixar as suas casas, o que está a acontecer a um ritmo mais intenso do que em qualquer outra altura desde a Segunda Guerra Mundial.

Fonte: sítio da FAO

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

[0089] Dois tópicos interessantes do relatório «Education at a Glance» deste ano

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) publica anualmente o relatório «Education at a Glance».


Duas informações interessantes salientadas pelo jornalista Samuel Silva no relatório de 2017, recentemente divulgado:

Em média, 39 % das crianças com 2 anos dos países que compõem a OCDE estão já inscritas no sistema de ensino. “Nos países do Norte da Europa, a cobertura é praticamente universal. Na Islândia, 95 % das crianças de 2 anos estão no ensino pré-escolar, ao passo que na Noruega e Dinamarca são 91 %.”
Só há sete países que não têm nenhuma criança de 2 anos no ensino pré-escolar: Arábia Saudita, Canadá, EUA, Irlanda, Letónia, Portugal, Suíça e Turquia.

Entre 2010 e 2014, verificou-se nos países da OCDE um aumento considerável do investimento no ensino superior, que foi até mais elevado do que o crescimento do número de alunos, assinalando a importância que os governos têm colocado no sector.
Na generalidade dos países, os cursos mais procurados são os de Gestão e Direito. Em Portugal a maioria dos alunos diploma-se nas áreas de Engenharia. Só a Coreia do Sul tem uma realidade semelhante.

Fonte: Silva (2017 (d)

domingo, 8 de outubro de 2017

[0088] O MAEDS - Museu de Arqueologia e Etnologia do Distrito de Setúbal

O Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal (MAEDS) foi fundado em Dezembro de 1974, pela Junta Distrital de Setúbal, e abriu ao público, na cidade de Setúbal, em 1976.


Segundo o seu sítio:

A perspectiva teórica que enforma a actividade do MAEDS defende para a instituição museológica um protagonismo não só no plano cultural, mas também no desenvolvimento económico-social regional. Vários programas de mobilização dos bens culturais de carácter material e imaterial, enquanto recursos económicos, têm sido considerados com sucesso, importando implementar esta linha de acção. O museu é aqui entendido como um espaço de liberdade, incentivador da criação, amplamente aberto à sociedade civil, onde a produção e consumo culturais devem ser estimulados.

Possui um valioso acervo arqueológico representativo do distrito de Setúbal: colecções pré-históricas (Paleolítico inferior e médio, Epipaleolítico, Mesolítico, Neolítico, Calcolítico, Idades do Bronze e do Ferro), romanas e pós-romanas.
E possui também colecções de etnografia: artefactos relativos às actividades tradicionais de pesca, recolecção, salicultura, criação de gado, agricultura, construção naval, fiação e tecelagem, arte popular e artesanato rural e urbano.

Fonte: sítio do MAEDS