A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) publica anualmente o relatório Education at a Glance, através do qual compara e comenta o estado da educação nos seus países membros (e em mais alguns associados).
O relatório de 2016 pode ser acedido em www.oecd.org (onde as línguas oficiais são o inglês e o francês), escolhendo «topics» e, aí, «education».
O relatório de 2016 pode ser acedido em www.oecd.org (onde as línguas oficiais são o inglês e o francês), escolhendo «topics» e, aí, «education».
Estes relatórios anuais baseiam-se
em dados estatísticos que no caso desta edição diz maioritariamente respeito a
2013.
A jornalista Natália Faria destacou deste relatório alguns
dados e comentários relativos a Portugal:
·
A despesa do
Estado com o pré-escolar pesava 0,6 % do nosso Produto Interno Bruto, ou PIB, o
que o situava abaixo da média na OCDE (0,8 %); o contributo do Estado
correspondeu a 65 % da despesa total (na OCDE a média foi de 83 %), cabendo às
famílias suportar o resto;
·
Apenas 54 % das
crianças portuguesas matriculadas no pré-escolar frequentaram estabelecimentos
públicos (na OCDE a média foi de 67%), afirmando os peritos da OCDE que “o
financiamento público é um alicerce fundamental para garantir a qualidade do
pré-escolar, nomeadamente porque possibilita o recrutamento de pessoal capaz de
garantir «o desenvolvimento cognitivo, social e emocional das crianças»”;
·
As despesas com a
educação não superior aumentaram 33 % entre 2008 e 2013 (o segundo maior crescimento
na OCDE, logo a seguir ao da Turquia), tendo o número de alunos diminuído 6 %;
logo, concluíram os peritos, «o crescimento da despesa total traduz um aumento
ainda maior dos gastos por estudante»; entre 2010 e 2011 houve uma quebra das
despesas e em 2013 elas «aumentaram acentuadamente”;
·
Como entre 2010 e 2014 os salários dos professores no básico
e no secundário desceram cerca de 10%, tendo aumentado o número de alunos por
turma, o custo salarial de um professor por aluno desceu cerca de 30 %, durante
aquele período, não sendo portanto responsável pelo aumento da despesa pública;
·
Entre 2008 e 2013
o financiamento público do ensino superior desceu de 62 % para 58 % (cerca de
20 % abaixo da média dos 22 países analisados, a segunda percentagem mais baixa
logo a seguir à do Reino Unido); «Enquanto alguns países criaram mecanismos de
financiamento para garantir aos estudantes melhores oportunidades, outros
agravaram os encargos e puseram as oportunidades educativas fora do alcance de
todos, exceptuando dos estudantes mais ricos», escreveram os peritos da OCDE;
·
Se à despesa com o ensino não
superior se somar a com o superior, a despesa com a educação em 2013
representou 6,1 % do PIB, acima da média na OCDE (5,2 %);
·
Apenas 23 % dos portugueses
com idades entre os 26 e os 54 anos tinham já frequentado o ensino superior
(abaixo dos 36 % médios nos países da OCDE); e apenas em três países (Portugal,
Turquia e México) a maioria dos adultos entre os 25 e os 64 anos de idade não
completara o secundário;
·
“Entre os 34 % de
portugueses entre os 25 e os 34 anos de idade com o secundário, 41 % obtiveram
o diploma através do ensino profissional, em comparação com uma média da OCDE
de 59 %”;
·
As expectativas
de conclusão do secundário e do superior pelos nossos jovens são muito mais
favoráveis: na última década elas aumentaram de 54 % para 97 %, no primeiro
caso; e entre 2009 e 2014 aumentaram de 9 % para os 35 %, no segundo caso;
·
O nosso corpo
docente está a envelhecer rapidamente: entre 2005 e 2014 o número de
professores com mais de 50 anos de idade aumentou a um ritmo de 6 % ao ano; mas
ainda não ultrapassou os 33 % (a média da OCDE é de 37 %).
Retirado de: «Despesa portuguesa
com a educação aumentou 33 % entre 2008 e 2013», jornal «Público» de 15 de Setembro de 2016 (pp. 12-13)
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