Esta biblioteca já aqui foi apresentada há dois anos e meio,
na mensagem «0168». Desta vez, para abrir uma série de mensagens dedicadas aos «recursos»
(que vão sendo organizados em pasta própria neste blogue), mas também porque
estão a ser completados os seus 12 primeiros anos de existência, são-lhe
acrescentas algumas informações dizendo respeito à história, à organização e ao
acervo.
Marcos cronológicos da criação da Biblioteca Digital Mundial:
Junho
de 2005: o bibliotecário do Congresso Norte
Americano, James H.
Billington, propõe à UNESCO a criação de uma Biblioteca
Digital Mundial.
Dezembro de 2006: a UNESCO e a Biblioteca do Congresso Norte Americano co-patrocinam
uma Reunião de Peritos com as principais partes interessadas de todas as regiões
do mundo; dela resulta a decisão de formar grupos de trabalho para desenvolver
normas e diretrizes para seleção de conteúdos.
Outubro de 2007: a Biblioteca do Congresso e cinco instituições parceiras
apresentam um protótipo da futura Biblioteca Digital Mundial na Conferência
Geral da UNESCO.
Abril de 2009: a Biblioteca Digital
Mundial é lançada para o público internacional, com conteúdo sobre cada
estado-membro da UNESCO.
Os seus documentos estão organizados de diversas formas: região mundial, país,
língua, assunto, etc. E também de acordo com seu o suporte e tipo, que são: Imagens e Fotografias; Jornais; Livros; Manuscritos; Diários; Mapas; Registos
fonográficos; e Filmes.
Entre os documentos sobre Portugal encontram-se um mapa de Lisboa ,
produzido em 1785 (trinta anos após o grande terramoto e o Roteiro da primeira viagem de Vasco da Gama à Índia,
1497-1499 (ver em: https://www.wdl.org/pt/item/10068/view/1/63/):
A descrição que é feita deste é a seguinte:
“Este manuscrito é a única cópia conhecida de um relato
que acredita-se ter sido escrito a bordo durante a primeira viagem marítima de
Vasco da Gama à Índia. O texto original, que foi perdido, é muitas vezes
atribuído a Álvaro Velho, que acompanhou Vasco da Gama à Índia em 1497-1499,
mas que não voltou para Portugal com a expedição, permanecendo por oito anos em
Gâmbia e Guiné. O manuscrito é anónimo e sem data, porém a análise paleográfica
atribui sua datação à primeira metade do século XVI. O documento
descreve a viagem para a Índia e o contato com diferentes povos nas costas da
África e da Índia. Ele fala sobre doenças, plantas e animais, reféns, títulos e
profissões, armas de guerra, comida, pedras preciosas, desafios de navegação e
vários outros tópicos. Anexado ao corpo principal do texto encontram-se uma
descrição de alguns dos reinos do Oriente, uma lista de especiarias e outras
mercadorias e seus preços, e um vocabulário da linguagem de Calecute. Com uma
letra de mão diferente, novos títulos foram adicionados, como Descobrimento
da Índia por Vasco da Gama, na folha 1, e Relação do descobrimento da
Índia por Vasco da Gama, na folha de guarda inicial. O manuscrito
permaneceu durante séculos nas coleções do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra.
Em 1834 ele foi transferido para a Biblioteca Pública Municipal do Porto. A
viagem de Vasco da Gama em torno do Cabo da Boa Esperança rumo à Índia foi um
evento de enorme importância histórica. Além de ser um dos grandes atos da
navegação europeia, o feito lançou as bases para o Império Português, que
duraria por séculos, e estabeleceu novos contatos entre a Europa e as
civilizações da Ásia, fixando um marco no início do processo que mais tarde
veio a ser chamado de «globalização». O Roteiro da primeira viagem de Vasco da
Gama à Índia entrou para o Registro da Memória do Mundo da UNESCO em 2013.”
Fonte: sítio
da World Digital Library