A Federação Nacional de Professores (Fenprof) promoveu um inquérito a que quase 25 mil
professores de escolas públicas responderam (cerca de 16% do total).
Segundo
o jornalista Samuel Silva, que noticiou a apresentação dos resultados, 92% dos
professores inquiridos responderam que a gestão das escolas deve ser colegial: “A
maioria dos inquiridos discorda do actual modelo de gestão dos estabelecimentos
de ensino, que estabelece que os poderes se concentram na figura de um
director, que tem depois o papel de escolher o sub-director e os seus adjuntos.
Apenas 7% concordam com a manutenção deste modelo.”
Sensivelmente
a mesma percentagem das respostas apontou para que “o órgão de gestão da escola
deve ser eleito por todos os professores, funcionários e representantes dos encarregados
de educação e alunos,” sendo a “eleição entre os pares” o “modelo favorito”, “seja
para a coordenação de departamento (94%) como para a coordenação de turma
(87%). Além disso, 79% apontam que qualquer docente deve poder candidatar-se ao
órgão de gestão, cabendo aos eleitores avaliar a sua competência.”
“Na avaliação ao actual regime de
gestão das escolas, 71 % dos professores inquiridos consideram que o sistema
aumentou as situações de abuso do poder, o clima de insegurança e de medo e o
alheamento em relação aos assuntos da vida escolar, ao passo que 18 % acreditam
que melhorou as relações de trabalho e as condições de participação nos
processos de discussão e decisão.
A única matéria em que as opiniões dos professores ouvidos pela Fenprof estão
divididas prende-se com a liderança do Conselho Pedagógico. Enquanto 52 %
entendem que aquele órgão deve poder ser presidido por qualquer um dos seus
membros, 47 % defendem que apenas o director ou o presidente do conselho de
gestão deverão poder assumir aquele papel.
Os resultados deste inquérito
estão a ser discutidos em cada escola desde a semana passada, num conjunto de
reuniões que se prolongam até ao final do mês. A Fenprof vai também promover,
no dia 14 de Março, um debate nacional sobre o tema, que contará com a presença
das duas confederações de pais, o sindicato que representa os trabalhadores não
docentes e o movimento estudantil.”
Fonte: Silva (2017)