A versão mais actualizada dos limites e dos conteúdos desta
reserva foi estabelecida através da Portaria nº 3 de 2016 (18 de Janeiro). As suas
origens remontam, no entanto, a cerca de duas décadas e meia antes.
Em 1997, numa publicação da Câmara Municipal do Seixal, o
professor Manuel Lima destacou e descreveu as principais zonas que então a integravam
(a tracejado no seguinte mapa):
Os mais de 733 hectares desta reserva correspondem a cerca
de 8 % da área total do concelho do Seixal, sendo grandemente constituída por
um contínuo de sapais, portanto marcados pelos níveis das marés que ritmam as
águas do estuário do Tejo e ambiente favorável para uma grande diversidade de
plantas e de animais.
A principal excepção a este contínuo é a zona dos Redondos
da Catrapona, situada no interior do concelho, que se destaca pelo seu pinhal,
não lhe correspondendo, também, qualquer património cultural.
O modo como os ocupantes das margens destes sapais deles tiraram
proveito (e nalguns casos ainda tiram) está bem patente numa grande diversidade
de evidências arqueológicas.
As águas situadas no
subsolo do sapal de Corroios, as areias que
cobrem a Ponta dos Corvos e os barros que se
vão formando em qualquer sapal, foram, e continuam a ser hoje, recursos geológicos.
E os vestígios de antigos fornos mostram uma
das possíveis formas de eles serem aproveitados (um, romano, em Corroios; outro,
de cal, na Azinheira).
As quintas, que por aqui foram
abundantes, testemunham o trabalho da terra e a abundância dos produtos que dela
se retiravam: a fruta, o azeite e o vinho.
E porque nem toda esta riqueza se destinava a consumo local, existem muitos vestígios
de estaleiros destinados à construção naval
em madeira e de portinhos por onde chegavam as
matérias primas e se escoava o que a Lisboa se destinava. E também existem os
restos de diversos moinhos de maré (dois em
Coina, quatro na Azinheira, quatro na Ponta dos Corvos), estando um deles (em
Corroios), hoje, musealizado.
Mais recentes são as grandes estruturas que lembram o tempo
em que diversas indústrias se situaram nestas bandas: para a produção de tijolos, de lanifícios
e de vidros, para a preparação da cortiça (caso da Fábrica Mundet, situada à entrada
do Seixal), para a seca do bacalhau (a
Companhia Atlântica, na Ponta dos Corvos) e para produção de aço (a Siderurgia Nacional, em Paio Pires).
Fonte: Lima
(1997)
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