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domingo, 25 de outubro de 2020

[0257] Beleza e sombra (II): as Coníferas

Serão as árvores que nos fazem companhia, ou seremos nós que, por uns tempos, vamos fazendo companhia às árvores?


Tal como as Cicas e os Ginkgos (a que a mensagem «0250» se referiu), o aparecimento do grupo das Coníferas precedeu o das plantas caracterizadas por flores e frutos. As primeiras Coníferas surgiram há aproximadamente 300 milhões de anos, sendo identificáveis pelo suporte que desenvolveram para guardar as suas sementes, antes de estas se dispersarem, tendo frequentemente a forma de um cone (daí o nome deste grupo), como é o caso das pinhas, podendo no entanto ser arredondado, como as gálbulas dos Ciprestes.

Este grupo chegou a ser o dominante, estatuto que foi perdendo à medida que as plantas com flores e frutos se diversificaram. Actualmente, as principais famílias das Coníferas são a dos Pinheiros, a das Araucárias e a das Cupressáceas, com um total de pouco mais de meio milhar de espécies. As folhas das árvores (e dos arbustos) deste grupo ou são muito estreitas (em forma de agulha), ou parecidas com escamas.


A família dos Pinheiros é composta por árvores resinosas, com alguns raros arbustos, no total de 210 espécies. É a maior família das Coníferas e está restringida ao hemisfério Norte, onde domina grande parte das florestas boreais e de montanha. Tem grande importância ornamental (Cedro), alimentar (Pinheiro-manso), farmacêutico e químico (Pinheiro-bravo) e madeireiro (Cedro-do-atlas). A maioria das espécies tem folhas persistentes, sendo o Larício (Larix decídua) uma excepção. Em Portugal continental há duas espécies indígenas do género Pinus, o Pinheiro-bravo (Pinus pinaster) e o Pinheiro-manso (Pinus pinea).


A família das Cupressáceas é constituída por árvores e arbustos resinosos, num total de 133 espécies. As suas sementes são guardadas em gálbulas. As folhas de umas espécies são persistentes e as de outras são caducas, tendo umas a forma de pequenas escamas, sendo outras estreitas, alongadas e verticiladas. Muitas das espécies desta família têm interesse ornamental (caso dos Zimbros e das Sabinas, do género Juniperus, e dos Ciprestes, do género Cupressus) e algumas têm-no para a produção de lenho (como os Ciprestes e a Criptoméria). As Sequoias, também membros desta família, proporcionam-nos as árvores de maior alta e diâmetro.


A família das Araucárias é constituída por 33 espécies, agrupadas em apenas 3 géneros. São árvores de grande dimensão e encontram-se nativamente restringidas ao Hemisfério Sul. Os seus ramos dispõem-se em andares e as suas folhas são persistentes, ou tendo a forma de agulha ou sendo espalmadas. Produzem grandes pinhas e possuem interesse maioritariamente ornamental.


O melhor local para apreciar e observar espécimes de todas estas famílias é, na Nossa Banda, o Parque da Paz (Cova da Piedade). A Casa da Cerca (Almada) também possui alguns bons exemplares.

Para a identificação de espécies está disponível uma ferramenta digital descrita na mensagem «0239».


Fonte: livro de Bingre e outros (2007; pp. 30-41)

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