Foi divulgado há dias o relatório com os resultados da última edição do
PISA, realizada em 2018:
Estes resultados podem ser acedidos e descarregados em www.oecd.org/pisa |
A primeira edição do PISA (Programme for International Student Assessment) ocorreu em 2000, por iniciativa da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico). Desde aí, a cada 3 anos, tem havido novas edições, com a intenção de avaliar como os alunos de 15 anos mobilizam os seus conhecimentos na resolução de situações do dia-a-dia.
Para tal foram escolhidas três áreas, Ciências, Matemática
e Leitura, avaliadas em todas as edições,
sendo uma delas particularmente privilegiada em cada edição. Desta vez tratou-se
da Leitura, que já tinha estado em destaque nas edições de 2000 e 2009.
Um dos primeiros países cujos alunos obtiveram melhores resultados
neste teste internacional foi a Finlândia, o que levou muitos especialistas e
gestores da educação a pretenderem replicar algumas das suas escolhas para a
organização escolar e curricular. O Sol finlandês foi, no entanto, de pouca
dura: de seguida destacou-se a Coreia do Sul e, agora, para embaraço de quem
faz análises baseadas nos rankings,
destacou-se a China,
Singapura,
Macau
e Hong Kong.
Na Europa, desta vez, destacou-se … a Estónia.
Irão agora aqueles especialistas e gestores defender a
replicação de outras formas de organizar as escolas e os currículos?
A China apenas
participa nesta avaliação com alunos de escolas de quatro das suas províncias: Pequim, Xangai (que já decidira participar
neste estudo, de forma autónoma, em 2009), Jiangsu e Zhejiang (que
substituiu Guangdong em relação à edição de 2015). Além da capital, trata-se de três regiões costeiras,
não tendo sido considerado o interior do país. Neste país, o Estado investe muito
na educação, as escolas são obrigadas a prestar contas detalhadas e existe uma
forte disciplina entre os alunos: antes de as aulas começarem já muitos estão
na biblioteca a estudar.
Os resultados dos alunos finlandeses desceram em relação aos
obtidos na década passada. Mas também aumentaram as desigualdades entre eles:
maior número de alunos com melhores resultados; e maior número de alunos com
piores resultados.
Este aumento das desigualdades também se verificou nos
resultados da Leitura em Portugal: de 2015 para 2018, tanto subiu a percentagem
dos melhores resultados (de 4,8 % para 7,3 %) como a dos piores resultados (de 17,6
% para 20,2 %).
Fontes: artigos
jornalísticos de Silva (2019c) e de Viana (2019, on-line)
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