Paulo Almeida, professor do Instituto Superior Técnico,
redigiu em 2001 um pequeno texto que intitulou «Universidade Popular Portuguesa. Passado e
Futuro».
Sobre o passado, Paulo Almeida começou por lembrar como, no
século XIX, Alexandre Herculano caracterizara a “instrução
popular” e como surgiram instituições que a procuraram implementar: a Voz do Operário (1883) e a Academia de Estudos Livres
(1889), ambas em Lisboa e depois, já durante a República, a Universidade Livre (Lisboa, 1911), com as suas palestras semanais
seguindo-se-lhe, passados poucos anos, a Universidade Popular do Porto, a Universidade Popular de Setúbal e, em Lisboa, a Universidade Popular Portuguesa (1919), cuja sessão inaugural decorreu na Padaria do Povo,
em Campo de Ourique, e onde colaboraram, entre outros, António Sérgio, Jaime
Cortesão, Rodrigues Lapa, Raul Proença, Mira Fernandes, Faria de Vasconcelos,
Agostinho da Silva, Vieira de Almeida, Cirilo Soares, Moisés Amzalak, Leite de
Vasconcelos, Mendes Correia, Virgínia de Castro Almeida, Aurélio Quintanilha e
Azeredo Perdigão.
Foi na Universidade Popular
Portuguesa que Bento de Jesus Caraça proferiu, em 1933, a sua mais famosa
conferência: «A Cultura Integral do Indivíduo».
Paulo Almeida considerou ainda que a Universidade Popular
continua a ter um importante lugar no futuro, pois “O
ensino, hoje, em toda a Europa, visa sobretudo e cada vez mais o fabrico de
eleitores, consumidores e contribuintes relegando para segundo plano a riqueza individual
de cada um e cerceando as formas efetivas de participação coletiva.”
O texto integral deste escrito de Paulo Almeida e o de Bento
Jesus Caraça estão acessíveis na página «Documentos» deste blogue, tendo o
primeiro sido enviado por António Amaral e o segundo retirado da ligação
proporcionada na Wikipédia (em Bento de Jesus Caraça).
Fontes:documento, Almeida (2001); imagem, Wikipédia (Bento de Jesus Caraça),
acedida em 26 de Julho de 2017
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