Em 2000 as Nações Unidas alargaram o Dia do Refugiado
Africano para Dia
Mundial dos Refugiados, celebrando-o desde 2001.
A história tem persistentemente gerado refugiados, que a
nossa cultura refere:
Mostrando como o passado pode servir para reflectir o
presente, e o presente para interpretar o passado, Neil MacGregor, director do
Museu Britânico, pediu a Lorde Ashdown para comentar os relevos de Lachish (que
contam uma história de guerra e de refugiados na Judeia dos finais do século
VIII a. C.):
“Vi campos
de refugiados por todos os Balcãs e, francamente, nunca consegui evitar que as
lágrimas me viessem aos olhos, porque o que via era a minha irmã, a minha mãe,
a minha mulher e os meus filhos. Vi sérvios expulsos por bósnios, e bósnios
expulsos por croatas, croatas expulsos por sérvios e por aí adiante. Vi ainda o
mais infame de tudo, os refugiados ciganos, um grande campo de refugiados,
talvez 40 a 50 mil, a cargo do meu exército, a NATO. E ficámos a olhar enquanto
as suas casas eram queimadas e eles eram expulsos dos seus lares. E isso fez-me
sentir não só desesperadamente triste, mas também envergonhado. O que é
verdade, e o relevo [de Lachish] mostra, é, em certo sentido, o carácter
imutável e inalterável da guerra. Há sempre guerras, há sempre mortes, há
sempre refugiados. Os refugiados são uma espécie de destroços e carga deitada
ao mar. São abandonados quando a guerra termina.”
Fonte bibliográfica: Lorde Ashdown, citado por MacGregor (2014; p. 145)
Fotografia: Eva
Maria Blum
Sem comentários:
Enviar um comentário