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sexta-feira, 16 de junho de 2017

[0065] 20 de Junho, Dia Mundial dos Refugiados

Em 2000 as Nações Unidas alargaram o Dia do Refugiado Africano para Dia Mundial dos Refugiados, celebrando-o desde 2001.

A história tem persistentemente gerado refugiados, que a nossa cultura refere:


Mostrando como o passado pode servir para reflectir o presente, e o presente para interpretar o passado, Neil MacGregor, director do Museu Britânico, pediu a Lorde Ashdown para comentar os relevos de Lachish (que contam uma história de guerra e de refugiados na Judeia dos finais do século VIII a. C.):

Vi campos de refugiados por todos os Balcãs e, francamente, nunca consegui evitar que as lágrimas me viessem aos olhos, porque o que via era a minha irmã, a minha mãe, a minha mulher e os meus filhos. Vi sérvios expulsos por bósnios, e bósnios expulsos por croatas, croatas expulsos por sérvios e por aí adiante. Vi ainda o mais infame de tudo, os refugiados ciganos, um grande campo de refugiados, talvez 40 a 50 mil, a cargo do meu exército, a NATO. E ficámos a olhar enquanto as suas casas eram queimadas e eles eram expulsos dos seus lares. E isso fez-me sentir não só desesperadamente triste, mas também envergonhado. O que é verdade, e o relevo [de Lachish] mostra, é, em certo sentido, o carácter imutável e inalterável da guerra. Há sempre guerras, há sempre mortes, há sempre refugiados. Os refugiados são uma espécie de destroços e carga deitada ao mar. São abandonados quando a guerra termina.

Fonte bibliográfica: Lorde Ashdown, citado por MacGregor (2014; p. 145)
Fotografia: Eva Maria Blum

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