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domingo, 7 de maio de 2017

[0055] 10 de Maio, Dia Mundial das Aves Migradoras

A vida humana está interligada com a dos muitos outros seres vivos que partilham esta casa planetária comum. Não nos têm sido fácil compreendê-lo, porque nos habituámos a agir sem pensar para além de nós, porque até entre nós criámos fronteiras que nos tornaram ainda mais míopes.

O Dia Mundial das Aves Migradoras, pela primeira vez celebrado em 2006, por iniciativa das Nações Unidas, é um dos muitos dias de que nos desafiam a saber partilhar o planeta.
Muitas espécies de aves voam anualmente centenas ou milhares de quilómetros para garantir as suas condições de vida (nomeadamente de alimentação) e de reprodução. A maioria migra entre o Norte, onde se reproduz, e o Sul, onde inverna. Mas algumas espécies reproduzem-se no Sul e invernam no Norte; e outras residem em terras baixas durante os meses de Inverno e vivem nas montanhas durante o Verão.
Não se sabe exactamente como estas aves encontram as suas rotas migratórias. Há provas de que elas são capazes de se orientar pelo Sol durante o dia, pelas estrelas durante a noite e, sempre, pelo campo geomagnético. Algumas espécies podem detectar a luz polarizada, que usam para a navegação nocturna.
Estas aves, por serem migradoras, enfrentam os perigos das viagens, como a perda dos locais de invernia, como a alteração das suas fontes de alimentação.

Um voluntário on-line da ONU colocou no YouTube o seguinte vídeo, destinado a inspirar o próximo dia 10 de Maio: https://youtu.be/gZBfYwZ-yD8

O sapal de Corroios é um dos mais importantes locais da Nossa Banda para as aves migradoras.
Segundo o professor Manuel Lima, aí residem espécies como o Pato-real, a Galinha-de-água, o Pernilongo, a Perdiz-comum, o Melro-preto, a Cotovia-de-poupa, a Fuinha-dos-juncos e a Gralha-preta; são espécies migratórias que aí passam o Outono e o Inverno, o Pato-trombeteiro, a Piadeira, o Corvo-marinho, o Mergulhão-pequeno, o Alfaiate, a Rola-do-mar, a Petinha-ribeirinha, a Alvéola-branca e o Pisco-de-peito-ruivo; são migratórias que aí passam a Primavera e o Verão, o Rouxinol-pequeno-dos-caniços, a Alvéola-amarela, a Rola-comum, o Abelharuco-comum, o Cuco-canoro, a Andorinha-das-chaminés, a Andorinha-dos-beirais e o Andorinhão-preto; e são migratórias de passagem, pois aí apenas descansam durante a sua migração, o Borrelho-grande-de-coleira, a Tarambola-cinzenta, o Pilrito-de-bico-comprido, a Andorinha-do-mar-anã, o Garajau-comum, o Guarda-rios e o Chasco-cinzento.

O Flamingo é maior ave que frequenta o sapal de Corroios, podendo atingir 135 cm de comprimento e 155 cm de envergadura das asas. Surge aí desde há vinte anos, em particular entre os finais de Setembro e os princípios de Março, mas nidifica na Camargue (França) e em Fuentes de Piedra (Espanha).

Grupo de Flamingos na maré baixa do sapal de Corroios, junto ao Moinho de Maré
(fotografia de Eva Maria Blum, Julho de 2014)

Fontes: www.worldmigratorybirdday.org/, Lima (2011; pp. 42-44 e 58)

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