A vida humana está interligada com a dos muitos outros seres
vivos que partilham esta casa planetária comum. Não nos têm sido fácil
compreendê-lo, porque nos habituámos a agir sem pensar para além de nós, porque
até entre nós criámos fronteiras que nos tornaram ainda mais míopes.
O Dia Mundial das Aves Migradoras, pela primeira
vez celebrado em 2006, por iniciativa das Nações Unidas, é um dos muitos dias de que nos desafiam a saber
partilhar o planeta.
Muitas espécies de aves voam anualmente centenas ou milhares de quilómetros para garantir as suas
condições de vida (nomeadamente de alimentação) e de reprodução. A maioria
migra entre o Norte, onde se reproduz, e o Sul, onde inverna. Mas algumas espécies reproduzem-se no Sul e
invernam no Norte; e outras residem em
terras baixas durante os meses de Inverno e vivem nas montanhas durante o Verão.
Não
se sabe exactamente como estas aves encontram as
suas rotas migratórias. Há provas de
que elas são capazes de se orientar pelo Sol durante o dia, pelas estrelas durante
a noite e, sempre, pelo campo geomagnético. Algumas
espécies podem detectar a luz polarizada, que usam para a navegação nocturna.
Estas aves, por serem migradoras, enfrentam os perigos das
viagens, como a perda dos locais de invernia, como a alteração das suas fontes
de alimentação.
Um voluntário on-line
da ONU colocou no YouTube o seguinte vídeo, destinado a inspirar o próximo dia
10 de Maio: https://youtu.be/gZBfYwZ-yD8
O sapal de Corroios é um dos mais importantes
locais da Nossa Banda para as aves migradoras.
Segundo o professor Manuel Lima, aí
residem espécies como o Pato-real, a Galinha-de-água, o Pernilongo,
a Perdiz-comum, o Melro-preto,
a Cotovia-de-poupa, a Fuinha-dos-juncos e a Gralha-preta;
são espécies migratórias que aí passam o Outono e o Inverno, o Pato-trombeteiro, a Piadeira,
o Corvo-marinho, o Mergulhão-pequeno,
o Alfaiate, a Rola-do-mar,
a Petinha-ribeirinha, a Alvéola-branca e o Pisco-de-peito-ruivo;
são migratórias que aí passam a Primavera e o Verão, o Rouxinol-pequeno-dos-caniços,
a Alvéola-amarela, a Rola-comum, o Abelharuco-comum,
o Cuco-canoro, a Andorinha-das-chaminés,
a Andorinha-dos-beirais e o Andorinhão-preto; e são migratórias de passagem, pois
aí apenas descansam durante a sua migração, o Borrelho-grande-de-coleira,
a Tarambola-cinzenta, o Pilrito-de-bico-comprido, a Andorinha-do-mar-anã, o Garajau-comum,
o Guarda-rios e o Chasco-cinzento.
O Flamingo
é maior ave que frequenta o sapal de Corroios, podendo atingir 135 cm de
comprimento e 155 cm de envergadura das asas. Surge aí desde há vinte anos, em
particular entre os finais de Setembro e os princípios de Março, mas nidifica
na Camargue (França) e em Fuentes de Piedra (Espanha).
Grupo de Flamingos na maré baixa do sapal de Corroios,
junto ao Moinho de Maré
(fotografia de Eva Maria Blum, Julho de 2014)
Fontes: www.worldmigratorybirdday.org/,
Lima (2011; pp. 42-44 e 58)
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