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domingo, 27 de janeiro de 2019

[0175] «Rio Grande»: uma ponte entre duas exposições actualmente patentes em Almada


Datado de 1996, este CD inclui dez composições com música de João Gil e letra de João Monge, contando com as vozes e os instrumentos de João Gil, Jorge Palma, Rui Veloso, Tim e Vitorino.

Tim, membro dos «Xutos e Pontapés», veio de Almada, sendo um dos músicos referidos na exposição NA MARGEM: uma história do rock (ver mensagem «0172»).
E «Rio Grande» ficciona uma história de vida que se ajusta a muitos dos operários que trabalharam na «Lisnave», tema de uma outra exposição, Pórtico de Identidade. A Lisnave em Almada (ver mensagem «0165»).



As dez composições: A Fisga; O Caçador da Adiça; Fui às Sortes e Safei-me; O Dia do Nó; O Sobrescrito; Lisnave; Dia de Passeio; Postal dos Correios; Senta-te Aí; Ponte do Guadiana.

E a composição que faz a ponte entre as duas exposições:

LISNAVE

Há homens de toda a sorte
Com sonhos e desenganos
Homens do Sul e do Norte
E também há Africanos

Cada qual seus apetrechos
Todos de azul são fardados
Aprendem os novos eixos
Outra raça de soldados

Quando toca a campainha
Está na hora do avio
Comi caril de galinha
Dei o caldo de safio

Os barcos de todo o mundo
Chegam doentes, idosos
Depois de uma volta a fundo
Partem muito mais vistosos

Os nossos representantes
Dizem com muito calor
Se não somos almirantes
Temos o nosso valor

Eu que nunca vi o mar
Nunca lhe senti a frio
Ando agora a remendar
A barriga de um navio

João Monge, professor de Almada, colaborou, antes de participar neste CD, com os «Trovante» e com a «Ala dos Namorados».

Fonte: CD «Rio Grande» (1996)

sábado, 19 de janeiro de 2019

[0174] A educação: num mundo que sai de um paradigma e não sabe em qual entrará


Entrevistado por João Céu e Silva, o filósofo José Gil fez os seguintes dois comentários relacionados sobre a educação:

Fotografia (inserida na entrevista) de Reinaldo Rodrigues / Global Imagens

João Céu da Silva:
O passado mostrado pela arte e pela cultura tem vindo a ser suplantado pela preocupação com a situação financeira e económica. Os pilares da educação mudaram?
José Gil:
Não é só a questão económica, o que se passa é, repito, uma erosão de tudo o que é a tradição. O passado está a ser engavetado, digitalizado e virtualizado, e cada vez menos lhe atribuímos uma realidade com peso. O passado é cada vez mais uma imagem que se transforma numa coleção de imagens enquanto objetos de consumo, apesar de não informarem nem sedimentarem a nossa pessoa e cada vez menos os comportamentos sociais. Um aluno sabe cada vez menos sobre o passado, nem lhe interessa saber, e isso é terrível, pois há uma erosão que vem da transformação do valor da realidade do passado e da transmissão pela tecnologia que traduz tudo em imagem. Tudo isso é metabolizado e instrumentalizado pelo capitalismo, que só conta cada vez mais com o que gera uma mais-valia.

João Céu da Silva:
Como é que se confronta pessoalmente com esta mudança de paradigmas?
José Gil:
Não acho que haja mudança de paradigma, porque tal não existe para o nosso presente. Estamos a mudar de paradigma sem que tenhamos aquele para o qual queremos mudar. Isto em tudo, como é o caso da educação para a cidadania. Havia antes uma educação para a transmissão e acumulação na área das humanidades, agora é o da cidadania. O que é que os professores vão ensinar? E como vão formar turmas tumultuosas. Isto é uma coisa ridícula, porque quando não se dão meios nem se preparam os professores para a cidadania não há formação possível: ou seja, não há paradigma, tanto mais que a questão da cidadania leva a ponderar questões totais na sociedade.

Fonte: Gil, entrevistado por Silva (2019)



sábado, 12 de janeiro de 2019

[0173] Vídeos sobre o património natural e cultural da Nossa Banda


Sugestão para as frias noites desta época do ano:

Sobre o património natural da Serra da Arrábida:

Arrábida a Património Mundial (2010; patrocinado pela Associação dos Municípios da Região de Setúbal; com cerca de 15 minutos): www.youtube.com/watch?v=nnCcfWQiRy0

Arrábida, da Serra ao Mar (2013; de Luís Quinta e Ricardo Guerreiro; com cerca de 45 minutos): www.youtube.com/watch?v=qKyYvT8TU4A

Sobre o património cultural da Serra da Arrábida:

Al-Rábita: a serra e o homem (2014; de Luís Quinta e Ricardo Guerreiro; com cerca de 45 minutos): www.youtube.com/watch?v=uKuHWjmAVGA


Sobre o património natural da costa marítima e fluvial de Almada:

Almada, banhada por um Mar de Histórias (2011; de Pedro de Carvalho; com cerca de 45 minutos): www.youtube.com/watch?v=qHSI7FJoVus

Almada, entre o Rio e o Mar (2014; de Luís Quinta; com cerca de 45 minutos): www.youtube.com/watch?v=GCQnBwxATR0

Fonte da imagem: blogue do Departamento de CSH


sábado, 5 de janeiro de 2019